A maré alta e a ressaca em pelo menos cinco praias de Florianópolis levaram a prefeitura a publicar um novo decreto de situação de emergência. Os maiores estragos foram identificados nos Ingleses, Canasvieiras, Praia Brava, Matadeiro e Caldeira do Morro das Pedras. Publicado no Diário Oficial do município na última quinta-feira, o decreto é válido por 180 dias e, além de solicitar recursos ao governo federal para recuperar as áreas atingidas, autoriza o poder público a adentar nas faixas de áreas classificadas como Áreas de Preservação Permanentes (APPs) para fazer reparos emergenciais.
O valor dos prejuízos ainda não foi divulgado, mas segundo a Defesa Civil, serão necessários reparos em muros, rampas, escadas de acesso, além de postos salva-vidas e iluminação pública. O ponto mais crítico é na Caldeira do Morro das Pedras, no sul da Ilha. A situação no local, que conforme o diretor da Defesa Civil de Florianópolis, Luiz Eduardo Machado, já estava sendo monitorada e se agravou no último fim de semana. Um trecho do acostamento na SC-406 próximo ao convento e mirante do Morro das Pedras precisou ser isolado parcialmente. A medida é preventiva e pode ser aplicada também na via, caso a situação no local mostre piora na próxima noite.
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Uma equipe vai monitorar a região da Caldeira durante a madrugada desta terça-feira, e, pela manhã, a Defesa Civil deve fazer uma nova vistoria no trecho. A Polícia Militar Rodoviária (PMRv) também pode ser acionada.
— Não há previsão de melhora da maré ou da ressaca. Os técnicos da Epagri/ Ciram nos passaram que, aliado a ressaca, houve um empilhamento de costa por causa dos seguidos dias de vento norte do quadrante nordeste. Essa condição não está deixando a maré recuar. Estamos monitorando diariamente. O volume financeiro é alto — alerta.
Segundo decreto em quatro meses
No fim de maio deste ano, a prefeitura de Florianópolis já havia decretado situação de emergência, mas apenas para danos no norte da Ilha. Conforme o diretor da Defesa Civil municipal, como agora foram identificados novos estragos, foi necessário formalizar também um novo decreto. Machado ainda pontua que, naquela época, como os estragos eram considerados menores que agora e não credenciava o pedido de ajuda ao governo federal, o próprio município fez os reparos necessários. Agora, porém, como os danos são mais extensos, foi preciso acionar a contrapartida financeira.
— O primeiro decreto de situação de emergência foi relativo a apenas duas praias. Agora, houve o acréscimo de três praias e fizemos um novo decreto para incluir essas novas praias, novos problemas, novos prejuízos — reforça Machado.
Uma reunião entre a Secretaria de Estado da Defesa Civil, equipe da Defesa Civil municipal, o senador Dário Berger (PMDB) e o prefeito Gean Loureiro (PMDB) na manhã desta segunda-feira também tratou sobre o assunto. De acordo com Machado, o encontro foi uma formalidade para dar início ao processo de solicitação dos recursos junto ao governo federal.
O tema também foi pauta na sessão ordinária desta segunda-feira da Câmara de Vereadores. O parlamentar Fábio Braga (PTB) chegou usou a tribuna para falar da situação e mostrar um vídeo com imagens da faixa de areia da praia da Armação, que já foi tomada pelo mar. O posto salva-vidas do local foi danificado e, para não ser levado pelas águas, colocado sobre as pedras pela população.