Um conflito entre kaingangues da Reserva de Ligeiro, no município de Charrua, no norte do Rio Grande do Sul, resultou em pelo menos 30 casas queimadas e 200 indígenas expulsos de uma aldeia. O conflito teria começado na segunda-feira passada (14). Na reserva, vivem pelo menos 2 mil pessoas. Os moradores expulsos agora estão espalhados em acampamentos no município, segundo a Polícia Civil de Passo Fundo, responsável pela região.
O delegado Mauro Vinícius afirma que o conflito envolveu cerca de 40 insurgentes e envolve disputa pelo poder da aldeia.
– O cacique decide para quem as terras da aldeia serão arrendadas e controla o dinheiro recebido. Na região, as terras são arrendadas por brancos que plantam soja. Seguidamente, esse tipo de conflito ocorre por aqui – afirma.
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Zero Hora tentou contato com a coordenação da Fundação Nacional do Índio (Funai) no Rio Grande do Sul, mas não obteve retorno.
Conforme uma pessoa que acompanha o conflito e que não quis se identificar por medo de represálias, a disputa começou no sábado (19), com um tiroteio entre os indígenas. No mesmo dia, a situação teria piorado com a queima das casas. Ele diz que também há indígenas próximo ao aeroporto de Passo Fundo e em Tapajara.
A Polícia Civil não registrou conflitos na manhã desta segunda-feira (21), mas o delegado Mauro Vinícius afirma que a situação está tensa e que as autoridades estão acompanhando o movimento:
– Ainda não houve agressão, mas isso é questão de momento.