O jornalista e político Ibsen Pinheiro falou na Rádio Gaúcha sobre a morte de seu colega Paulo Sant'Ana. Amigo há mais de 50 anos, ele recordou o início da relação entre eles:
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– Frequentávamos rodas de conversas na Rua da Praia, ele nas gremistas, eu nas coloradas. Ele era inspetor de polícia, depois delegado. O que nos afastava, o Gre-Nal, nos aproximava, o futebol. Superávamos a divergência pela paixão – relatou.
Colegas no Sala de Redação, Ibsen comentou sobre a chegada à rádio:
– Comecei um pouco depois dele. Por ter perdido uma eleição no Inter, Maurício Sirotsky me convidou para participar, na época, da remontagem da equipe de esportes da Gaúcha, para enfrentar a então poderosa Guaíba, sob comando do então adolescente Nelson Sirotsky. Fomos os primeiros, Cândido Norberto e eu, a reconhecer que ele era um gênio. E uma vez ele me retribuiu: "Tu és um gênio". Respondi: "Não, sou normal".
Companheiro de quarto na cobertura da Copa do Mundo de 1974, Ibsen falou também sobre a personalidade do jornalista:
– Com uma frase, um gesto, era capaz de demonstrar como compreendia um ser humano. Por isso era essa figura excepcional. Sempre disse que o Sant'Ana não lamentava morrer. O que ele lamentava é não poder assistir o espetáculo em torno de sua morte. Embora usasse muito bem a cabeça, ele vivia em função do sentimento.