Aos 69 anos, as dificuldades de Santa Marina da Rosa Silva vão além da ausência de movimentos nas duas pernas e do Mal de Parkinson do qual é portadora. Desde 2014, a moradora do Bairro Jardim Atlântico, em Canoas, precisa utilizar de oito a dez fraldas geriátricas por dia. Alexandra Estefane de Bittencourt, filha da idosa, conta que a secretaria municipal de Saúde de Canoas disponibilizava 180 unidades mensalmente desde outubro daquele ano, só que isso deixou de ser feito há cerca de três meses.
– Não tem e não dizem o motivo por que não tem. Quero saber o porquê – afirma Alexandra, explicando que os itens eram retirados todo mês na própria secretaria.
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Conforme a filha, que tem 45 anos e é vendedora autônoma, os problemas da mãe surgiram depois de a idosa se submeter a uma cirurgia de coluna, que acabou deixando-a sem os movimentos das duas pernas.
– Ela não anda, não para de pé. É que nem um bebê: bota de pé e cai – lamenta, acrescentando que a mãe ainda sofre de pressão alta e trombose.
Santa Marina mora com o marido, Telmo Dias da Silva, 66 anos. Ambos são aposentados. No dia a dia, é ele quem cuida da esposa na maior parte do tempo, mas a função é revezada, sempre que possível, com outros familiares.
Por conta própria
Enquanto não recebe, a família tem se organizado para garantir, por si, as fraldas geriátricas de tamanho G ou GG. Segundo Alexandra, cada pacote custa cerca de R$ 20 e vem com oito unidades, o que corresponde a, pelo menos, R$ 450 reais mensalmente gastos com os itens.
– A gente economiza daqui, economiza dali, recebe doações. Aí, vai comprando o que dá – conta a filha, que alerta: – A mãe tem problemas de infecção urinária com frequência. Se tu não trocar toda hora, corre o risco de a infecção piorar ou de pegar outra infecção.
Prefeitura promete resolver o caso
Por meio da assessoria de imprensa da prefeitura de Canoas, a Secretaria Municipal de Saúde se pronunciou sobre o caso de Santa Marina. Informou que, no prazo máximo de um mês, as fraldas das quais necessita a idosa estarão disponíveis, nos tamanhos G e GG.
Disse, ainda, que o processo de compra dos itens já está aprovado. Por fim, explicou que "a interrupção se deu pela falta do produto em estoque".
*Produção: Juliano Zarembski