Em seis minutos e quinze segundos, o diretor da JBS Ricardo Saud detalha para representantes da Procuradoria-Geral da República (PGR) como a empresa repassou R$ 10 milhões para a campanha de reeleição de Raimundo Colombo (PSD) para o governo de Santa Catarina. As conversas começaram em 2013, com foco no pleito de 2014, e estão na delação da JBS sobre pagamentos a políticos para obtenção de favorecimentos.
Veja abaixo o vídeo completo da delação de Saud sobre como o valor foi definido e entregue para o então candidato:
CONTRAPONTOS
O que diz o governador Raimundo Colombo (PSD):
O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, contesta com veemência as declarações feitas pelo delator da JBS sobre doações relativas à campanha eleitoral de 2014.Ressalta que a empresa, conforme a legislação eleitoral vigente, fez doações ao diretório nacional do PSD, que repassou para a campanha do partido em SC. A doação feita pela JBS foi dentro da legislação eleitoral de forma oficial na conta bancária do partido e está registrada na prestação de contas apresentada e aprovada pelo Tribunal Regional Eleitoral.
O que diz o secretário da Fazenda do Estado, Antonio Gavazzoni:
Com relação à delação do executivo Ricardo Saud da JBS, o secretário de Estado da Fazenda, Antonio Gavazzoni, declara com absoluta certeza e convicção nunca ter tratado de assuntos da Casan com o referido delator ou qualquer outro executivo da JBS. Para Gavazzoni, essa narrativa é absolutamente falsa e surpreendente. O secretário esclarece que foram efetivamente convidados para o jantar na residência do dono da JBS, em São Paulo, a que o delator se refere e que, neste jantar, a empresa ofereceu ajuda de campanha oficial, como consta das declarações eleitorais, mas não houve nenhuma conversa sobre Casan:
– Eles estão mentindo e por isso nunca terão como provar. Se a companhia detinha alguma expectativa sobre esse tema, os fatos falam por si: não houve edital nem venda de nenhuma ação da Casan. Vamos nos inteirar melhor dos detalhes e em seguida tomar os procedimentos cabíveis. A verdade prevalecerá – declarou o secretário.
O que diz Augusto Fretta, diretor-presidente do Angeloni:
Temos histórico de relacionamento de muitos anos com a JBS, que deve ser um dos maiores fornecedores da maioria das redes de supermercados. O pagamento pelos produtos adquiridos deste fornecedor é tradicionalmente feito através de depósito bancário, mas, num determinado momento, recebemos a solicitação da JBS para que algumas duplicatas fossem pagas em carteira.Foi então encaminhado o pedido ao Departamento Financeiro para que efetivasse os pagamentos da forma solicitada. Não houve qualquer participação direta por parte do presidente do Grupo, que apenas autorizou os pagamentos por acumular o cargo de diretor comercial da empresa.Todos os títulos, inclusive esses em carteira, encontram-se devidamente contabilizados, quitados e as tratativas entre as partes registradas em correspondências eletrônicas.Ficamos surpresos com as notícias veiculadas, pois, conforme afirmado por um dos delatores, jamais tivemos conhecimento do que se tratava. Estávamos considerando apenas a regularidade do procedimento comercial.