A loja responsável por alugar uma pelúcia motorizada a uma mulher que atropelou e feriu uma idosa de 78 anos foi notificada na tarde desta quarta-feira (31) pela prefeitura de Porto Alegre. Fiscais foram ao quiosque localizado no Shopping Total e comprovaram que a Safari Tour estava operando sem alvará.
De acordo com o assessor técnico da Secretaria de Desenvolvimento Econômico – antiga Smic – Denis Carvalho, após a reportagem de Zero Hora sobre o acidente envolvendo Maria Elisa Pinheiro Raimundo, 78 anos, ocorrido no último domingo, a situação da empresa foi checada e constatou-se que não tinha a autorização para funcionar. Por isso, o estabelecimento foi notificado.
– O primeiro passo é a notificação. Agora, a empresa tem 30 dias para regularizar a situação. Caso contrário, será interditada – afirmou Carvalho.
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A Safari Tour deveria ter alvará de localização – documento concedido pela prefeitura que autoriza o funcionamento de uma empresa relacionada a indústria, comércio e serviços, conforme o local e a atividade solicitados. No caso específico, deveria constar locação de brinquedos.
As normas de uso, área de operação e questões de segurança de operação do brinquedo, segundo Carvalho, devem ser definidas pelo shopping, já que trata-se de área privada. Ele ressalta, ainda, que a secretaria faz operação de fiscalização em todos os shoppings anualmente e que as demais lojas que operam esse tipo de serviço de alguel de brinquedos devem ser vistoriadas nos próximos meses. Os fiscais podem atuar, também, mediante denúncia.
Conforme a gerência de marketing do Shopping Total, a Safari opera desde dezembro e apresentou documentção de abertura de empresa, como CNPJ, por isso estava oferecendo o serviço para lazer dos visitantes. O shopping não exige o alvará das lojas.
A combinação com os proprietários não envolveu delimitação de espaço, mas ficou acordado que os usuários deveriam evitar escadas e áreas de desnível, podendo usar apenas elevador, que obtivessem permissão das lojas para entrar e não fossem para o pátio.
Além disso, foi pedido que as pelúcias motorizadas operassem na menor velocidade possível, que ficou estebelecida em 1 km/h, segundo o Shopping Total.
A Safari não se manifestou sobre o assunto. No seu site, consta que as pelúcias andam em velocidade média de 2 km/h (uma pessoa caminha, em média, a 5 km/h), comportam até duas pessoas ou até 130kg, e que possuem "um incrível sensor que faz o brinquedo recuar ao se aproximar de escadas rolantes e elevadores, trazendo segurança para os pequenos". Além disso, confirma que é permitido o uso por adultos e crianças: "É diversão garantida para família toda!".
ZH tentou contato nesta quarta-feira (31) novamente com a empresa, mas não obteve retorno.
A Polícia Civil instaurou um termo circunstanciado a partir do registro da ocorrência, definindo o caso preliminamente como lesão corporal. Segundo os investigadores, Maria Elisa Pinheiro Raimundo, 78 anos, foi intimada para prestar depoimento e deve passar por exame de corpo de delito.
Além disso, o shopping deve ser acionado e imagens de segurança deverão ser analisadas para tentar identificar a mulher que estava guiando o quadriciclo – ela deixou o local sem prestar socorro e não foi cadastrada pela loja no momento de alugar a pelúcia.