Essencial para quem utiliza o Aeroporto Regional Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, o estacionamento com 260 vagas junto ao terminal finalmente deve começar a andar: após a definição da empresa que vai concluir a construção do espaço, a Traçado, foi assinado o contrato para início dos trabalhos. O projeto deve ser enviado ao Departamento Aeroportuário do Estado (DAP) até o dia 19 de junho e as obras devem iniciar em agosto. A expectativa de conclusão é até o fim do ano.
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– Há anos está sendo aguardada esta obra, a gestão anterior gastou cerca de R$ 400 mil e o projeto por algum motivo não teve avanços significativos. Mas enfim acredito que agora poderemos dar andamento efetivo. Também foram necessárias várias adequações no terreno para permitir que a empresa pudesse instalar toda a estrutura do estacionamento, talvez isso justifique em parte essa demora – explica o administrador do Hugo Cantergiani, Alexandre Debiase, que informa que 30% das vagas serão cobertas.
A Traçado também ficará responsável por gerir de forma integral a cobrança das tarifas aos usuários do espaço. O contrato estabelece convênio de 15 anos com a empresa. Do total arrecadado, serão repassados R$ 6.550 mensalmente ao Departamento Aeroportuário do Estado (DAP), além de 11% do faturamento bruto. Os projetos para finalização da obra também serão de responsabilidade da concessionária.
Além da questão do estacionamento, a administração, que assumiu neste ano os trabalhos no local, promete agilizar melhorias estruturais pendentes há um longo tempo. Desde janeiro, pequenas intervenções já foram realizadas, como a instalação de piso tátil na área interna, colocação de película nos vidros da sala de controle e a inserção do idioma italiano em placas informativas.
As melhorias, entretanto, não devem parar por aí. Segundo ele, ainda estão previstas a instalação de um painel para controle de voos por parte dos passageiros neste semestre, a implantação da cobertura na fachada do aeroporto e o aprimoramento geral dos serviços oferecidos no terminal.
– Precisamos otimizar a experiência de voar por Caxias. Só assim poderemos bater na porta das companhias aéreas e sugerir a ampliação de itinerários. Também, é claro, o objetivo principal é proporcionar maior conforto para nossos passageiros – ressalta Debiase.
Recentemente, a empresa Gol ampliou o horário ofertado diariamente também para os domingos pela manhã (com chegada em Caxias às 10h30min e decolagem a São Paulo às 11h10min). A novidade deve gerar aumento de mil passageiros mensais.
Em julho também deve haver incremento de um novo voo em decorrência da alta temporada. Para o administrador, a continuidade dos bons índices de ocupação por aeronave, e a melhoria dos serviços, podem atrair o interesse das companhias aéreas.
– Temos uma boa estrutura, as pessoas que criticam não devem conhecer outros aeroportos regionais, normalmente comparam com o Salgado Filho, mas ali é uma situação bem diferente, as condições são muito mais privilegiadas. Mas é claro que podemos melhorar, uma pena tudo ser bastante burocrático e lento e o município estar enfrentando dificuldades financeiras. Por mim, todas as melhorias já teriam sido feitas.
MELHORIAS PLANEJADAS
– Revitalização de acessos a embarque e desembarque e área de trânsito de passageiros
Previsão: restauração asfáltica já foi concluída. Pinturas complementares devem iniciar nos próximos dias.
– Implantação de 260 vagas de estacionamento
Previsão: Contrato já foi assinado pela empresa que deve encaminhar projeto para o DAP até dia 19 de junho. As obras devem iniciar em agosto com expectativa de conclusão até o fim do ano.
– Instalação de painel de voo
Previsão: deve iniciar a operação no próximo mês.
– Instalação de cobertura na entrada
Previsão: não há previsão. O projeto está sendo elaborado pela diretoria técnica da Secretária Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade.
– Instalação de plataforma de acessibilidade (elevador)
Previsão: conclusão neste ano.
Do município ao Estado
A construção do estacionamento começou no fim de 2012. O município era inicialmente responsável pelo projeto, mas uma série de entraves atrasou a entrega. Entre elas estão a necessidade de dinamitar o solo rochoso e a remoção de postes. Com as dificuldades, os recursos se esgotaram. No final de 2015 o assunto foi repassado ao Estado, que decidiu conceder a área devido à falta de recursos.
Problema passageiro
Historicamente, o mês de maio representa sérios prejuízos ao Aeroporto Hugo Cantergiani. O motivo é a alta incidência de dias com neblina, que atrapalham pousos e decolagens de aeronaves. Somente no ano passado, 1,5 mil embarques e desembarques foram afetados por cancelamentos e atrasos durante o mês. Para efeito comparativo, no primeiro trimestre deste ano, apenas um voo foi cancelado, o que prejudicou pouco mais de 100 passageiros.
Nos dois meses seguintes a situação também se repete, porém, em menor impacto. Em junho de 2016, 600 passageiros foram prejudicados, já em julho foram cerca de 200, número já considerado relativamente estável.
– É definitivamente a pedra no nosso sapato. Mas, infelizmente não há o que fazer, nossa localização é bastante vulnerável a qualquer nevoeiro que baixe sobre a cidade, pois estamos na altitude em que se formam as nuvens – justifica.
Ele acrescenta que em função da altitude do terminal, não existe equipamento que possa agilizar ou auxiliar os pilotos a executarem poucos e decolagens no local, diferentemente do aeroporto da Capital,m por exemplo, que está em posição mais favorável.
Projeto do Aeroporto de Vila Oliva estacionou
O município ainda aguarda esclarecimentos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) acerca do licenciamento da área onde o futuro Aeroporto de Vila Oliva será construído. De acordo com o secretário de Planejamento, Fernando Mondadori, o projeto está parado e deve ter um encaminhamento efetivo somente no final do ano. O pedido de elaboração da licença ambiental foi solicitado à Fepam ainda em março.
– Ainda temos dúvidas sobre o enquadramento que devemos solicitar no nosso licenciamento. Também não sabemos se a iniciativa desse processo deve ser nossa ou do Banco do Brasil (já que é o governo federal quem vai custear a construção do terminal).
A prefeitura aguarda informações sobre a necessidade de elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (Eia/Rima). Somente após o procedimento, o município estaria apto a dar andamento à elaboração do projeto.