Schirlei Alves
A ex-presidente Dilma Rousseff participou do Congresso Estadual do PT, neste domingo, no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. Os integrantes do partido se reuniram durante todo o dia para votar resoluções políticas que serão levadas ao Congresso Nacional do PT no próximo mês, em São Paulo, e eleger a nova presidência e o diretório estadual.
Dilma, que chegou por volta de 12h30min, criticou o impeachment sofrido no ano passado e as reformas trabalhista e previdenciária em votação no Congresso.
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– O que estão fazendo não é reforma, é mudança de modelo. Querem permitir a desvalorização da previdência pública na medida em que tornam impossíveis a aposentadoria integral, a aposentadoria rural e dificultam a aposentadoria para as mulheres. Querem inviabilizar parte da previdência pública para que a privada entre no lugar – criticou.
Durante os 30 minutos em que discursou, Dilma defendeu eleições diretas para a presidência em 2018, os direitos trabalhistas, falou sobre as minorias – onde se incluiu ao se considerar julgada pelo fato de ser mulher – e ressaltou a importância de fortalecer a democracia.
A ex-presidente fez referência à Operação Lava-Jato ao dizer que um juiz "não fala fora do processo e não assume posição de acusador". Dilma falou ainda em erros e acertos que devem ser repensados para ajustar o foco do partido.
– As críticas aos nossos erros servem para avançarmos mais e a noção dos nossos acertos é para que possamos ter uma pauta clara que defenda os interesses do desenvolvimento do país, com geração de empregos e em direção a uma economia do conhecimento – afirmou.
Segundo o até então presidente do partido no Rio Grande do Sul, Ary Vanazzi, o PT está tentando construir uma unidade política de esquerda para se reposicionar na luta social. As resoluções elaboradas no congresso pretendem garantir as eleições diretas e contrapor as reformas trabalhista, previdenciária e das terceirizações.
– O partido tem que voltar a participar de uma organização política em defesa dos trabalhadores com opinião firme nesse debate político nacional junto às organizações sociais – avaliou Vanazzi.