Transformar a atividade de síndico em profissão é a principal bandeira da Confederação Nacional dos Síndicos (Conasi) atualmente. Para disseminar a ideia, e capacitar interessados em exercer a função, o presidente da entidade, Sérgio Craveiro, está em Caxias nesta semana. Já realidade em diversos Estados, a regulamentação da função vem sendo amplamente discutida em razão da complexidade cada vez maior que envolve a gestão eficiente dos empreendimentos.
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Hoje, a maioria dos síndicos trabalha de forma voluntária - sem remuneração ou em troca de valores simbólicos. Os números do Conasi ilustram a realidade: segundo Craveiro, há 5 mil síndicos cadastrados no Brasil; em Caxias, somente três.
– Esse número é muito baixo se pensarmos que o país tem cerca de 1,2 milhão de condomínios. É preciso tirar da cabeça aquele pensamento "sei administrar minha casa, vou saber administrar meu condomínio". Não é assim. Condomínio é uma empresa e precisa ser tratado assim. O síndico, voluntário ou contratado, tem responsabilidades e pode pagar por isso se fizer algo errado. E a chance disso acontecer é grande, já que muitos não têm informação para exercerem a função da melhor forma – esclarece.
Apesar de a profissão ainda não ser regulamentada, e embora o Conasi lute por isso há pelo menos sete anos, a possibilidade de contratação de um síndico, que não precisa morar no prédio, está prevista na Lei do Condomínio (nº 4.591 de 1964). Não há a estipulação de um piso salarial em função da não regulamentação, mas a categoria trabalha com uma média de mercado, que é de R$ 20 a R$ 40 por imóvel no condomínio, pago mensalmente:
– Os condôminos devem exigir dos síndicos e, para exigir, é preciso remunerar. A responsabilidade é muito grande se pensarmos em um condomínio como uma empresa: com 200 apartamentos, com uma média de R$ 500 de pagamento de taxas, se tem uma receita mensal de R$ 100 mil. Esse valor, por ano, gera um faturamento de R$ 1,2 milhão. Quem administra isso? O síndico. Não dá para brincar.
A contratação do síndico, como explica Craveiro, é feita com aprovação em assembleia e não deve interferir no trabalho da empresa que administra o empreendimento. A administradora, nesse caso, seria um escritório que assessora o síndico.
– Ninguém quer assumir a função de síndico do prédio, muito em função da falta de tempo e da incomodação que a tarefa traz. É o ideal que uma pessoa imparcial assuma isso e gerencie o condomínio. Existem cursos para isso e é um mercado muito amplo – garante o presidente do Conasi.