Um grupo ligado a sindicatos de policiais civis de todo o país invadiu o Congresso Nacional, na tarde desta terça-feira, em protesto contra a reforma da Previdência – que está em discussão na Câmara dos Deputados.
A Polícia Legislativa utilizou bombas de efeito moral para barrar os manifestantes. Os sindicalistas conseguiram entrar na chapelaria do Congresso, no subsolo do prédio – um dos principais acessos de parlamentares, imprensa e público em geral.
Leia mais:
Estamos completando um primeiro ciclo de reformas do país, diz Temer
Relator diz que idade mínima para aposentadoria de mulheres será de 62 anos
Leitura do relatório da reforma da Previdência é adiada para a quarta-feira
Vidros foram completamente destruídos durante a confusão. A polícia forma um cordão de isolamento em frente ao local. Foram lançadas bombas de gás lacrimogênio e gás de pimenta. Há relatos de que pessoas passaram mal.
Uma pessoa foi detida e liberada logo em seguida, e não há registro de feridos. A segurança nas portarias foi reforçada, e a circulação entre o Senado e a Câmara foi restrita.
– Nós não somos bandidos, eles não podem nos tratar assim. Nós não somos daqui, não sabíamos por onde entrar – explicou Thelma Pacheco, diretora do Sindicato dos Policiais Civis do Ceará, que estava entre os manifestantes que invadiram o prédio.
Depois do quebra-quebra na chapelaria do Congresso, os manifestantes deram a volta no espelho d'água e subiram a rampa do Congresso para tentar invadir o Salão Negro. A tropa de choque da Polícia Legislativa conseguiu conter o grupo fora do prédio, evitando maiores danos.
Segundo o Departamento de Polícia Legislativa, cerca de 500 pessoas participaram da tentativa de invasão. Os agentes estão analisando as imagens das câmeras de segurança para tentar identificar os responsáveis pelos danos ao patrimônio público.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou a atitude dos manifestantes.
– A Polícia Civil deve estar nos Estados, protegendo as famílias brasileiras, e não depredando o patrimônio – disse.
Protesto de policiais
Desde o final da manhã, o grupo formado por cerca de 3 mil policiais civis, militares, guardas municipais, entre outros profissionais da segurança pública de pelo menos cinco Estados – Minas Gerais, Ceará, Paraná, Espírito Santo e Santa Catarina –, estava posicionado em frente ao gramado do Congresso Nacional para protestar contra a proposta de reforma da Previdência. O texto original encaminhado pelo governo previa o fim da aposentadoria especial para a categoria.
O protesto foi organizado pela União de Policiais do Brasil (UPB), que pretendia protocolar um pedido de retirada dos policiais da proposta de reforma do governo. Havia também a previsão de uma reunião com integrantes da base aliada do governo.
*Rádio Gaúcha, com informações de agências