A família do estudante de 24 anos Bruno Borges, de Rio Branco, no Acre, desvendou uma entre as várias mensagens criptografadas (escritas em código) deixadas por ele em seu quarto antes de desaparecer, em 27 de março. O texto, escrito em uma parede, significa "Como tudo começou".
A mãe do estudante, Denise Borges, contou ao Diário Gaúcho que uma espécie de "chave" para solucionar o mistério, armazenada em um canudo, foi deixada pelo jovem antes do sumiço. Nela, há o alfabeto brasileiro apresentado verticalmente e, ao lado, o código correspondente a cada uma das letras.
Leia mais
Vídeo do "fantasma do IML de Cuiabá" intriga redes sociais. Veja o que se sabe sobre o caso
Litoral de Tavares tem "vilas fantasmas"
Hospital-fantasma em Barra do Ribeiro
A família ainda encontrou outros três canudos, com outras três codificações diferentes criadas pelo estudante.
– Antes de fazer toda a obra, (Bruno) criou uma criptografia e deixou dentro de uma pasta. Só que é complicado, é muita coisa – afirma a mãe.
Nas paredes do quarto de Bruno, foram encontradas mensagens em código, passagens da Bíblia e frases de Leonardo da Vinci. No cômodo, ainda havia uma réplica da estátua do filósofo Giordano Bruno (1548-1600), condenado à morte na fogueira pela inquisição romana por heresia, e 14 livros escritos à mão, também criptografados.
A assessoria de comunicação da Polícia Civil do Acre informou, por telefone, que ainda não houve avanço na investigação, mas afirmou que segue buscando informações sobre o desaparecimento.
Trabalho coletivo
O misterioso desaparecimento de Bruno intrigou internautas e ficou em primeiro lugar na lista de assuntos mais comentados do Twitter em todo o Brasil na terça-feira, 4.
Até um site, chamado de "Decifre o livro", foi criado para ajudar a desvendar os textos com base nas chaves deixadas por Bruno. Um texto já foi esclarecido e, conforme a decodificação, seu título é "Caminho difícil" (leia a íntegra abaixo).
Caminho difícil
Por milhares de anos o ser humano vem tentando encontrar respostas para perguntas como “qual o sentido da vida”? A filosofia que ao que tudo indica, parece ter se iniciado com Tales de Mileto em meados de 700 a.C. visa encontrar vestígios de perguntas sem respostas. A pesquisa profunda pela verdade absoluta advém da filosofia, e quando falamos a respeito de caminhos fáceis ou difíceis estamos nos referindo a esse tipo de teorema.
É fácil aceitar o que desde criança te ensinaram que é errado. Difícil é quando adulto, entender que te ensinaram errado o que desde criança você suspeitou que fosse correto. Em outras palavras, se você se enquadra em algum cujos estímulos do meio lhe determinaram certo comportamento, fazendo com que estivesse a mercê de crenças já providas e bem estabelecidas em dogmas e rituais, com uma massa concentrada de pessoas nela; ou permitindo-o ficar no conformismo, aceitando o conceito de felicidade e de sentido da vida embutido pela mídia e pela sociedade, então claramente você faz parte do caminho fácil para a busca pela verdade absoluta.
Acaso se enquadra na segunda opção, ou seja, aquele que suspeitava de todo conjunto de crenças que lhe foi enraizado, então este tem tudo para ser um investigador da veracidade nas coisas ao seu redor, entrando em um caminho mais complicado, no qual uma minoria se arrisca ou enfrenta com bravura.