O ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul Francisco Signor foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF-RS) por corrupção e favorecimento ao frigorífico Carrer Alimentos. Conforme a denúncia, Signor recebia propina para paralisar o andamento de processos de multas aplicadas à empresa. Além do ex-superintendente, o sócio do frigorífico, Geraldo Carrer, também foi denunciado.
Entre as provas reunidas pelos procuradores estão pelo menos 11 processos apreendidos na casa de Signor, onde ficaram retidos por mais de dois anos. As ações são de multa ao frigorífico Carrer por descumprimento de normas sanitárias. Quando alguma irregularidade é verificada pela fiscalização, a responsabilidade pelo julgamento é do próprio superintendente. O valor total das multas era de R$ 164 mil.
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Além dos processos retidos, a investigação obteve provas de que Signor e Carrer se falavam pelo telefone utilizando linguagem cifrada para combinar encontros pessoais. O ex-superintendente foi flagrado num desses telefonemas solicitando pacotes de frango ao empresário, que posteriormente foram localizados em um freezer na casa de Signor. Além disso, a Polícia Federal monitorou um encontro entre eles, em que o empresário repassou R$ 45 mil ao ex-superintendente. O pacote de dinheiro também foi localizado em operação de busca e apreensão na casa de Signor.
O processo foi distribuído à 7ª Vara Federal de Porto Alegre.
Esta é a primeira denúncia no âmbito da Operação Semilla, desencadeada em 2015 para investigar um esquema de corrupção no Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul. Conforme a análise da Polícia Federal na época, Signor chefiaria uma quadrilha que teria beneficiado empresas do setor agropecuário por meio da redução de multas, agilização de procedimentos de liberação e aviso prévio de fiscalizações.
Zero Hora tentou contato por telefone com o ex-superintendente, mas não obteve retorno.
*Zero Hora