O delegado Marcelo Arigony, responsável por conduzir as investigações do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, em janeiro de 2013, foi ouvido na tarde desta quinta-feira no Fórum do município. O depoimento durou menos de 30 minutos. Arigony é testemunha em um processo por danos morais, movido por um promotor de Justiça contra a mãe de uma vítima da tragédia da boate.
O promotor aposentado João Marcos Adede y Castro e seu filho, Ricardo Adede y Castro, pedem por reparação por danos morais pela publicação de um artigo em um jornal de Santa Maria em maio de 2015. O texto, considerado ofensivo e calunioso pela acusação, foi publicado por Marta Beuren. Na publicação, a autora afirma que tanto o promotor quanto o filho dele teriam poder para fechar a boate, mas não o fizeram.
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Outras três testemunhas já foram ouvidas no processo que corre na 3ª Vara Cível de Santa Maria. Após o depoimento de Arigony, se nenhuma das partes pedir mais provas, o caso será encaminhado para sentença do juiz Marcos Ely Fontanella. Caso ele avalie a ação como precedente, a mãe da vítima terá que publicar outro artigo, em algum jornal da cidade, para se retratar das publicações, além de pagar um valor por dano moral.
O depoimento do delegado foi restrito – somente as partes envolvidas puderam acompanhar. Alguns integrantes da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria acompanharam do lado de fora, como costumam fazer em processos envolvendo o caso, mas não houve confusão.