O diretor de mercado João Saccaro está com o projeto de um pavilhão industrial pronto há três anos para ser construído no bairro Ana Rech, em Caxias do Sul. Até agora não conseguiu a licença ambiental para começar as obras.
– Quero fazer tudo dentro da lei, mas a burocracia é tanta que estou quase desistindo do projeto – lamenta o empresário.
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O problema, segundo ele, está na Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Caxias do Sul (Semma).
– Perdi as contas de quantas vezes fomos até lá com toda a documentação. Sempre falta algum item e pedem para refazer. A previsão era para liberar dia 5 de fevereiro, agora passou para o mês de abril.
Enquanto isso, ambos estão perdendo dinheiro: o empresário e a cidade.
– Não estou pedindo nada de graça, estou disposto a fazer tudo dentro da lei. Mas não vai pra frente, não anda. Esse órgão (a Semma) não funciona – relata.
Ele tem razão. A liberação da licença ambiental foi um dos principais assuntos relatados por empresários na reunião-almoço da CIC, no dia 15 de fevereiro. O negócio de João Saccaro poderia estar gerando empregos, o que reduziria a lista de 24 mil desempregados na cidade.
– A cidade está doente. É preciso mudar urgente os processos. Me dói ver Caxias indo para a UTI – diz Saccaro.
Vamos desburocratizar, diz prefeito de Caxias
Em entrevista à Gaúcha Serra, na terça-feira, o prefeito de Caxias, Daniel Guerra, garantiu que a ordem é desburocratizar os processos na Semma, agilizar as ações e estudar incentivos fiscais.
Segundo ele, a Secretaria tem, hoje, acumulados cerca de mil processos aguardando uma decisão.
– O primeiro passo é eliminar a burocracia e acelerar as soluções caso a caso, dando respostas rápidas – promete.
Ele pergunta:
– Como uma empresa vai se instalar em Caxias, com tanta burocracia atrapalhando o negócio?
Caxias, assim como Saccaro, aguarda essa resposta. Só tem que ser muito rápido. Caso contrário, a cidade vai por água abaixo. E de forma bem acelerada.