Apesar das novas regras para o funcionamento mais enxuto das unidades de pronto atendimento (UPAs) publicadas pelo governo federal, apenas três das prefeituras ouvidas por ZH nesta quinta-feira prometeram abrir as portas dos estabelecimentos em breve.
A reportagem tentou contato com o Executivo das 12 cidades onde há UPAs prontas e fechadas no Estado, mas apenas metade deu retorno. Dessas, três afirmaram que pretendem inaugurar as unidades em suas gestões, apenas duas com ajuda das novas normas. As outras três alegam precisar de mais incentivos financeiros para colocar as estruturas em funcionamento. Juntas, as 12 instalações somam capacidade para atender 2,4 mil pacientes por dia, 72 mil por mês.
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Em Frederico Westphalen, no Norte, o prefeito José Alberto Panosso (PMDB) afirma que a UPA está com prédio e estrutura interna prontos desde 2012 e só não funciona por "falta de gestão" da administração anterior.
– Abriríamos a UPA mesmo sem essas mudanças de governo. Frederico Westphalen tem capacidade para contratar quatro médicos (exigidos pela legislação anterior) para atender cerca de 200 pessoas ao dia – diz Panosso.
A estimativa da prefeitura é colocar o local em funcionamento em seis meses. Para isso, ainda precisa contratar os servidores, realizar a manutenção dos equipamentos e receber a autorização para a abertura.
Alvorada e Farroupilha devem usar regra nova
A prefeitura de Farroupilha, na Serra, também promete inaugurar sua UPA nesta gestão, embora a unidade ainda precise ser equipada, investimento estimado em R$ 1,1 milhão. Verba que o prefeito Claiton Gonçalves (PDT) espera receber graças a cinco emendas parlamentares aprovadas no Congresso, de valores entre R$ 150 mil e R$ 300 mil.
– Quando equiparmos o local, vamos deslocar três médicos para a UPA, que podem realizar 250 atendimentos por dia – informa Gonçalves.
Dessa forma, a cidade acabaria se beneficiando das mudanças propostas pelo governo, já que deveria contar com ao menos quatro médicos para abrir as portas pela regra antiga. O mesmo deve ocorrer com Alvorada, na Região Metropolitana. A secretária de Saúde do município, Neusa Abruzzi, afirma que a UPA porte 2 está pronta e equipada desde 2016, mas deveria abrir as portas com ao menos quatro médicos. Agora, poderá funcionar com apenas dois, o que a prefeitura pretende colocar em prática em março.
– Estamos com concurso aberto para contratação dos profissionais. Nossa ideia é começar com uma estrutura simples, para, depois, ampliar – afirma Neusa.