Os presos do Presídio Masculino de Lages, no Bairro São Cristóvão, na Serra de Santa Catarina, fazem uma rebelião na unidade na tarde desta quinta-feira. O Departamento de Administração Prisional (Deap) do Estado confirma a ação dos presos e diz que 10 presos ficaram feridos por queimaduras.
Agentes penitenciários da região e de Florianópolis foram enviados em apoio ao trabalho das equipes que já trabalham na unidade. Os presos colocaram fogo em colchões por volta de 14h30min. Os bombeiros conseguiram conter o incêndio na unidade. Segundo a Polícia Militar, a rebelião já foi contida.
Por volta de 16h, os policiais do Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT) da PM entraram no prédio. Segundo a PM e o Deap não há mortos, mas feridos foram retirados pelos bombeiros.
Segundo a repórter Eduarda Demeneck, da RBS TV de Lages, ao menos três detentos foram vistos saindo com ferimentos da cadeia e as informações preliminares das equipes de socorro são de que um deles teve 40% do corpo queimado.
Os presos foram encaminhados para o Hospital Nossa Senhora dos Prazeres. A Polícia Militar enviou ao menos 60 policiais para o local e a informação é que que rebelião já foi controlada. As autoridades ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o fato.
Segundo a Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania, "uma hora após o início do motim a situação foi totalmente controlada e a unidade prisional segue sob o controle do Estado". O órgão diz ainda que não houve reféns, fugas e até o momento nenhum óbito foi registrado.
O presídio de São Cristóvão não é o único de Lages. Há também uma unidade, inaugurada em 2011, no Bairro Santa Clara.
Estrutura do presídio tem condição precária
De acordo com o advogado Alexandre José Biem Neuber, presidente da Comissão de Assuntos Prisionais da OAB-SC, a unidade de Lages é um dos piores do Estado. Ele visitou o presídio no ano passado.
– Essa unidade é antiga. Foi uma das que mais apresentou problema. Constatamos presos em situação deplorável, comida vencida e superlotação.
A comissão realiza uma série de vistorias no Estado e repassa relatórios ao Grupo de Monitoramento e Fiscalização (GMF), que reúne autoridades do Poder Judiciário catarinense no monitoramento do sistema carcerário.