O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, foi detido pela Polícia Militar, nesta terça-feira, após uma reintegração de posse em um terreno particular na Rua André de Almeida, em São Mateus, na zona leste de São Paulo. Segundo o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), ao menos 700 famílias moravam no local, conhecido como Ocupação Colonial em São Mateus.
Boulos foi preso durante a operação por descumprimento de decisão judicial e incitação ao crime, segundo os policiais. Integrantes do movimento disseram que o advogado dos moradores também foi levado para a delegacia, mas a Secretaria da Segurança Pública ainda não confirmou a informação.
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Por meio do Facebook, Boulos disse, na segunda-feira, que a ocupação tem "mais de 3 mil pessoas, com crianças e idosos".
"A maioria não tem nenhum lugar para ir. Por isso, os moradores decidiram agora à noite (ontem, segunda-feira) pela resistência. Não é escolha, é falta dela. O MTST estará junto com os moradores nesta batalha. Não ao despejo! Ajude a denunciar", afirmou.
De acordo com o movimento, o grupo está há um ano e meio no local. A Polícia Militar usou bombas de gás para avançar sobre os sem-teto. A Secretaria da Segurança Pública, em nota, afirmou que "após tentativa de negociação dos oficiais com as famílias, não houve acordo".
O governo diz ainda que os moradores tentaram resistir "hostilizando os PMs, arremessando pedras, tijolos e rojões. O grupo ainda montou três barricadas com fogo". A pasta confirmou o uso de bombas de efeito moral, spray de pimenta e jato d'água pela Tropa de Choque.
MTST condena prisão
Em nota, o MTST considera a prisão "um verdadeiro absurdo, uma vez que Guilherme Boulos esteve o tempo todo procurando uma mediação para o conflito. Neste momento, o companheiro Guilherme está detido na 49ª DP de São Mateus".
"Não aceitaremos calados que, além do massacre ao povo da ocupação Colonial, jogando-o nas ruas, queiram prender quem tentou o tempo todo e de forma pacífica ajudá-lo", diz a nota.