O jovem Luiz Eduardo Gregis, 18 anos, diz que não quer ser padre. Também nega que tenha rezado missa ou tomado confissão de fiéis. Mas não é o que dizem os frequentadores da Capela Santo Antônio de Pádua, em Balneário Presidente, em Imbé.
No dia 24 de dezembro, ele conduziu uma celebração religiosa no lugar do padre após convite feito por um seminarista que vive na região. Ainda realizou outra celebração antes de deixar a cidade.
O jovem, que prefere ser chamado apenas por Eduardo, concordou em conversar com a reportagem da Gaúcha em uma praça de Santo Antônio da Patrulha. Vestindo uma camiseta polo azul clara, com crucifixo no pescoço e uma tatuagem de rosário em um dos antebraços, tentou justificar o que fez.
"Não teve consagração, não teve nada disso. Fiz as preces eucarísticas, porém eu não consagrei", disse ao justificar que o ato não poderia ser considerado uma missa - realizada apenas por padres.
O jovem afirmou que recebeu o convite do seminarista para fazer a celebração na capela. "Ele disse que o frei havia autorizado a gente a fazer uma celebração".
Sobre a declaração de fiéis ao jornal Zero Hora de que teriam se confessado com o "falso padre", o jovem nega que isso tenha ocorrido.
"Eu não atendi confissões. Eu aconselhei as pessoas. Muitas pessoas me contaram problemas de família, não posso falar aqui. Então aconselhei aquilo que seria melhor para elas, e as pessoas gostaram muito".
Perguntado se pretende ser padre, foi categórico: "Não tenho vocação para ser padre. Gosto muito de ajudar na igreja, mas não tenho vocação. Aprendi muita coisa com o ex-padre do Caraá. Muita coisa a gente aprende, como fazer uma celebração. Realmente celebrei em Imbé".
Ao final da conversa com a reportagem, pediu desculpas. "Só gostaria de falar que o povo muito fala de misericórdia, porém, por tanto falar em misericórdia, o povo não tem isso. Eu gostaria de pedir desculpas, então. Que Deus abençoe a todos".