Incluído na lista de foragidos internacionais da Interpol, o empresário Eike Batista foi flagrado por câmeras de segurança do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, embarcando para um voo em direção a Nova York, na última terça-feira, dois dias antes da deflagração da Operação Eficiência. As imagens foram divulgadas com exclusividade pelo Jornal Nacional, da TV Globo.
No vídeo, Eike aparece vestindo calça jeans e um paletó preto, ingressando no setor de embarque. O empresário pegou o voo número 974 da American Airlines, que deixou o Galeão às 11h30min com destino aos Estados Unidos.
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Na quinta-feira, a Polícia Federal fez buscas na residência do empresário no Rio, onde apreendeu a Lamborghini Aventator e o Porsche Cayenne de Eike. A ação faz parte da Operação Eficiência, que apura um esquema de lavagem de ao menos US$ 100 milhões em propinas para o grupo do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) no Exterior. Ao todo, os investigadores apreenderam dezoito carros, além de obras de arte, relógios, joias e cerca de R$ 100 mil em dinheiro vivo.
A PF cumpriu sete mandados de prisão preventiva, dois de condução coercitiva e 22 de busca e apreensão expedidos pelo juiz federal Marcelo Bretas, do Rio. Do total de nove mandados de prisão expedidos, três foram para investigados que já estão presos em Bangu: Sérgio Cabral, Carlos Miranda e Wilson Carlos.
Eike, que chegou a ser considerado um dos homens mais ricos do país, e o ex-subsecretário do governo de Sérgio Cabral, Francisco Assis Neto, o "Kiko", tiveram prisão preventiva decretada, mas não foram localizados pela PF e foram incluídos na lista de procurados da Interpol, a Polícia Internacional.
A PF suspeita que o empresário tenha deixado o país com passaporte alemão. O advogado de Eike disse que ele ficou "surpreso" com a ordem de prisão e que estava negociando com as autoridades para o empresário se entregar no Brasil.
A Operação Eficiência investiga crimes de lavagem de dinheiro consistente na ocultação no exterior de aproximadamente U$ 100 milhões, organização criminosa e corrupção ativa e passiva por parte de empresários, políticos e pessoas a eles ligadas. Desta quantia, cerca de R$ 270 milhões já foram repatriados em meio à investigação.