Toda mulher provavelmente já ouviu a frase: "No dia em que você for mãe, vai saber o que fazer". Quando a primeira gestação acontece, entretanto, é comum o temor de que o instinto maternal não baste. Afinal, são tantas as dúvidas: o que comer durante a gestação? O que evitar? Que tipo de roupinha comprar para o bebê? E, o mais importante, como cuidar do recém-nascido?
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A boa notícia para as mamães de primeira viagem – e papais, também – é que isso tudo se aprende. E não apenas com a prática: no último dia 14, seis casais que vão ter filhos pela primeira vez participaram de um curso que abordou essas e diversas outras questões. Durante um sábado inteiro, eles receberam informações sobre alterações físicas na gravidez, vínculo entre mãe, pai e bebê, função materna e paterna, parto normal e cesariana, amamentação, depressão pós-parto, primeiros cuidados, troca de fraldas, banho do bebê, cólicas e introdução alimentar saudável, entre outros tópicos.
– A ideia do curso surgiu quando eu estava na licença-maternidade – conta a enfermeira obstetra Juliana Hasstenteufel Dorigatti, 29 anos, mãe de Eduarda, sete meses.
Ela conta que, no trabalho, via muitas mães chegarem na maternidade sem saber o que levar na mala ou como cuidar do recém-nascido. Percebendo a carência na área, Juliana e duas colegas, técnicas em enfermagem, idealizaram a Gesta Baby Assistência Maternal, com o objetivo de ajudar quem vai ter ou recém teve filhos. Para que a assistência fosse ainda mais completa, convidaram uma psicóloga, uma nutricionista e uma fisioterapeuta a colaborarem no curso.
A experiência de receber dicas de quem entende do assunto agradou à empresária Nilce Nunes, 38, que está entrando no segundo trimestre de gravidez e, no dia anterior ao curso, descobriu que seria mãe de dois meninos, que devem se chamar Pedro Henrique e João Lucas:
– Não temos experiência nenhuma com bebês, é um mundo totalmente novo. Por isso, anotei tudo, até a posição de amamentação, mas o que mais me chamou a atenção foi a parte da alimentação – relata a futura mamãe, enquanto o marido, o empresário Edmilson Laitano, 53, sugere que seria interessante a confecção de uma apostila, tal o volume de informações novas.
Igualmente esperando gêmeos, os também empresários Raquel Bof Barbizan, 35, e Diogo Barbizan, 33, chegaram à "aula" com uma carga prévia de informações:
– Lemos bastante sobre a melhor forma de criar filhos, e é bem interessante confirmar isso – explicou Diogo, enquanto aguardava as partes mais práticas do curso, como troca de fraldas, banho, etc.
Raquel acrescenta que já havia pesquisado sobre a maioria dos temas abordados e já cuidava da alimentação, para garantir a sua saúde e a dos bebês Benjamin e Carlos Henrique.
– Como são dois (bebês), vou precisar ainda mais da ajuda dele – diz, aprovando o interesse do marido.
Tradições desconstruídas
Nada de melzinho na chupeta. Aliás, nem de chupeta. Chás e sucos também não devem entrar no cardápio do bebê nos primeiros meses, e as antigas faixas de umbigo já caíram em desuso. Essas e outras informações – algumas confirmando a chamada sabedoria popular, outras indo contra ela – foram repassadas para as gestantes e seus companheiros durante o curso. A alimentação das futuras mães também foi destacada pela nutricionista Natália Guerra:
– A gestação é um período de muitas modificações fisiológicas, e a alimentação também muda. Mas não precisa comer por dois, a média de necessidade nutricional é de 300 calorias a mais por dia.
Evitar alimentos com muita cafeína – café, chocolate, chimarrão, chás preto e verde, Coca Cola – foi uma das dicas. Para evitar o enjoo, maçã, laranja, abacaxi. Diminuir os doces muito concentrados e as gorduras, por sua vez, pode diminuir a azia. O mais importante, porém, conforme destacou a nutricionista, é alimentar-se adequadamente, com destaque para vitaminas, minerais, cálcio. E, claro, muita água, pelo menos dois litros ao dia, até para ir se acostumando: no período da amamentação, o ideal são de três a quatro litros. Um cuidado muito importante, ainda mais aqui na região da Serra, é evitar uva e derivados no último trimestre da gravidez.
Quando o assunto é a alimentação do recém-nascido, a nutricionista ressaltou que o ideal é que se restrinja ao leite materno até os seis meses. Sem água, chás ou sucos. Aliás, diferentemente do que ensinavam nossas mães e avós, os chás não melhoram a cólica garantiu a nutricionista; eles apenas aumentam o volume de líquido no estômago do bebê, atrapalhando as mamadas. A introdução de frutas, papinhas e outras etapas na alimentação também foi debatida, bem como a forma de incentivar hábitos alimentares saudáveis no futuro. A equipe de "instrutoras" também ensinou como cuidar das cólicas dos primeiros meses, o que fazer em caso de febre, como armazenar leite, como cortar as unhas do bebê e, claro, como dar banhos e trocar fraldas (estas duas últimas, de forma prática). Vacinas e exames foram outros tópicos abordados e que despertaram grande interesse dos atentos papais-alunos.
VOCÊ SABIA?
:: Os enjoos são mais comuns no primeiro trimestre da gestação, depois diminuem; alimentar-se regularmente é importante para que ele diminua.
:: O maior aumento de peso – do bebê e da mãe – ocorre no último trimestre.
:: Mulheres abaixo do peso costumam ganhar de 12 a 18 quilos na gestação; as de peso normal, de nove a 12, e as que já estavam com sobrepeso, de seis a nove. No caso de gêmeos, a média é de 16 a 20, e de trigêmeos, de 23.
:: Os bebês nascem com unhas compridas, mas elas não devem ser cortadas nos primeiros dias, enquanto ainda estiver no hospital, pois são moles e podem sangrar; nesse período, deve-se colocar luvinhas, para a criança não se arranhar.
:: Não há regras sobre horários de amamentação: isso depende da demanda do bebê.
:: Até os dois anos, a criança não tem necessidade de açúcar, e antes de um ano é desaconselhável dar mel, refrigerantes, doces, frituras, café e refrigerantes.
:: Os sucos devem ser introduzidos a partir dos nove meses de idade, quando a criança já estiver comendo frutas.
Consultoria
A ideia de Juliana Dorigatti é de que a Gesta Baby promova cursos intensivos uma vez por mês, sempre aos sábados. Nos próximos meses, também devem ser oferecidos cursos extensivos de três noites. A equipe multidisciplinar também presta consultoria domiciliar, inclusive após o nascimento do bebê, abordando aspectos específicos (amamentação, banho, etc), de acordo com as necessidades dos pais.
Saiba mais
Mais informações sobre os cursos para gestantes podem ser obtidos pelo telefone (54) 9.9180.5656, o e-mail gestababy@outlook.com ou na página da Gesta Baby no Facebook.