As manifestações dos cerca de 50 integrantes do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul (Amapergs) estão oficialmente encerradas. O grupo, que é contra o parcelamento de salários e o projeto de lei que modifica regime de trabalho da categoria, anunciou que as ações agora serão de convencimento político.
– Já demos o nosso recado para o governo. A campanha agora é por apoio dos deputados – diz Cláudio Fernandes, vice-presidente da Amapergs.
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Na manhã deste sábado, funcionários penitenciários bloquearam a estrada de acesso às três prisões do município de Charqueadas – as penitenciárias modulada e a estadual e a Pasc –, formaram barricadas com pneus queimados e impediram o acesso aos presídios, o que atrasou as visitas aos detentos. Em decorrência da ação dos servidores, presos atearam fogo em colchões no pátio de duas das três cadeias.
Em reunião realizada às 19h do sábado, os filiados ao Amapergs decidiram não fazer mais nenhum tipo de manifestação ou bloqueio. Na segunda-feira, o grupo deve se reunir na Praça da Matriz, em frente à Assembleia Legislativa, a fim de pressionar os deputados na votação do projeto de lei 245. Fernandes diz que o resto do final de semana será usado para fazer abordagens individuais a deputados – ele garante que as ações de sábado renderam adesões de políticos.
O projeto de lei em questão mexe com o regime de trabalho dos trabalhadores penitenciários. Segundo Fernandes, a mudança proposta pelo governo de José Ivo Sartori irá determinar três "conferências" e passagens de plantão diárias, uma delas à noite, o que demanda a saída dos apenados das celas e deslocamento para o pátio, em procedimentos que se estendem por cerca de uma hora. Atualmente, a passagem de plantão ocorre uma vez por dia, pela manhã. O sindicalista entende que a mudança proposta não será bem aceita pelos presos, o que poderá incentivar motins.