A eleição de Nelson Marchezan Junior (PSDB) como prefeito de Porto Alegre abre caminho para a volta, no cenário político nacional, de uma personagem muito conhecida dos gaúchos: a ex-governadora do Rio Grande do Sul Yeda Crusius, do mesmo partido.
A economista Yeda é suplente de Marchezan no cargo de deputada federal. Ela recebeu 71.794 votos nas eleições de 2014 e acabou na primeira suplência do PSDB, na Câmara Federal. Marchezan fez, na ocasião, 119.375 votos. Os dois são adversários internos no partido.
Yeda, 72 anos, é filiada desde 1990 ao PSDB. Foi eleita deputada federal pela primeira vez em 1994, quando obteve 104.295 votos. Foi reeleita em 1998 e em 2002. Foi também candidata a prefeita de Porto Alegre - tirou segundo lugar, em 1996 - e acabou se elegendo governadora do Rio Grande do Sul em 2006. Ela tentou a reeleição em 2010, mas não conseguiu permanecer no cargo.
Contribuiu para a governadora não se reeleger o escândalo do Detran. É que no início da gestão de Yeda no governo estadual, uma operação da Polícia Federal prendeu 12 pessoas no Rio Grande do Sul e expôs um esquema de fraude no Departamento de Trânsito (Detran) envolvendo figuras importantes do governo estadual. Entre elas, um dos coordenadores da campanha de Yeda Crusius (PSDB) na campanha eleitoral de 2006. Mesmo com condenação de alguns colaboradores do governo, Yeda manteve parte da sua popularidade, o que se comprova agora com a sua chegada ao cargo de deputada federal.