Movimentos sociais e militantes protestaram contra o governo do presidente Michel Temer (PMDB) no Centro de Florianópolis nesta sexta-feira. O ato "Nenhum Direito a Menos #foratemer", que começou no Largo da Alfândega e percorreu as ruas centrais da cidade, teve confusão e confronto entre manifestantes e a Polícia Militar.
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Movimentos sociais e militantes fazem ato contra Temer em Florianópolis
Após um início tranquilo, o protesto teve confronto a partir das 20h45min. A confusão ocorreu na esquina da Rua Crispim Mira, quando a PM tentou impedir que o grupo chegasse à Avenida Mauro Ramos. A Cavalaria entrou em ação, o choque jogou bombas de efeito moral e os manifestantes atiraram pedras contra a polícia, que revidou com mais bombas e gás de pimenta.
Lixeiras foram queimadas, fogos de artifício explodiram e houve correria, com parte do protesto dispersando. Com proteção do Choque e da Cavalaria da PM, a Mauro Ramos foi bloqueada nos dois sentidos próximo da esquina com a Crispim Mira.
A Avenida Hercílio Luz ficou tomada de barricadas com lixeiras em chamas e o choque avançou contra os manifestantes. Houve novo confronto e agências bancárias nos arredores da Praça XV de Novembro e da Rua Felipe Schmidt foram depredados.
Às 21h50min, todo o grupo estava concentrado no Terminal de Integração do Centro (Ticen). Com reforço acionado, a PM ocupou os dois lados da Avenida Paulo Fontes e aos poucos o ato foi chegando ao fim.
A caminhada pelas ruas da cidade começou após uma hora de concentração no Largo da Alfândega, por volta de 19h20min. Às 20h45min, a caminhada seguia pela Rua Crispim Mira, em direção à Avenida Mauro Ramos, quando começou a confusão.
No percurso da caminhada, um carro de imprensa, uma agência bancária, muros e fachadas de construções foram pichados. Com faixas, cartazes e bandeiras, a maioria era jovem, vestia roupas pretas e havia alguns mascarados. Eles entoavam cantos e gritos de guerra contra Temer.
A PM, que não vai divulgar estimativas de quantidade de manifestantes, começou a acompanhar o protesto por volta de 18h45min e foi recebida com palavras de ordem que pedem o fim da corporação.. Pelo menos 10 viaturas acompanharam a manifestação no início, além de integrantes do batalhão de Choque, do Bope e da Cavalaria,
No "esquenta" em frente à UFSC, a orientação foi de que não houvesse confronto com a polícia – o que acabou não ocorrendo –, com foco em se manifestar sobre a situação política do país.
Nota da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SC
A Comissão de Direitos Humanso da subseção catarinense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) emitiu uma nota oficial sobre as manifestações, levando em conta os confrontos que ocorreram na quarta-feira entre a PM e o as pessoas que protestavam na Capital. Confira a íntegra do texto assinado por Sandro Sell, presidente da comissão:
As manifestações populares sobre o impeachment são parte da democracia. Um povo que não pode se manifestar sobre o destino político do seu país ou que é recepcionado por 'operações de guerra' por parte da polícia vive num Estado de exceção. Por isso espera-se da Polícia Militar catarinense que trate os manifestantes de hoje com o mesmo respeito que soube tratar os manifestantes pró-impeachment de antes. Polícia é para proteger a cidadania. Para baixar a pancadaria, basta um bando armado e sem comando. Em suma, espera-se dos manifestantes e de nossa polícia uma lição de tolerância, pacifismo e cultura política democrática no mais elevado nível.
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