No próximo dia 16, os metroviários se reunirão em assembleia para decidirem se entrarão em greve por tempo indeterminado. A categoria reivindica reajuste dos salários de acordo com a inflação de 9,28%, já que a porcentagem oferecida pela empresa na última assembléia foi de 8,28%, e contratação de funcionários.
– Se não houver negociação com a empresa, a próxima paralisação será por tempo indeterminado – promete o vice-presidente do Sindimetrô, Clovis Pinheiro.
Nesta segunda-feira, ocorre nova paralisação dos serviços, atendendo só nos horários de picos, 11 dias depois da primeira parada dos trens. As portas das estações da Trensurb foram fechadas às 8h30min, como previam os organizadores. Os passageiros só puderam utilizar o serviço de trens na Região Metropolitana das 17h30min até 20h30min.
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Na estação Mercado, a estudante Luana Müller, 19 anos, chegou 30 segundos depois do encerramento das atividades e surpreendeu-se. Moradora de Esteio, tinha saído de casa na madrugada para trazer uma amiga ao hospital. Pretendia voltar para casa depois de internar a amiga. Sem conhecer a Capital, não sabia onde ficava o terminal de ônibus.
– Não sei o que vou fazer. Acho que vou esperar até 17h30min e ir de trem – disse.
Na estação Canoas, por volta das 9h, a atendente de balcão Leontina Flores de Oliveira, 32 anos, fotografou o cartaz com a indicação da paralisação e o enviou ao chefe, proprietário de uma padaria em Esteio.
– Não tenho como ir porque não terei como voltar às 22h30min. Tirar o direito de ir e vir é um desrespeito com o trabalhador – desabafou, revoltada.
A doméstica Dejanira Moraes Rosa, de Esteio, ao contrário de Leontina, pagou R$ 4 por uma van clandestina até Canoas.
– Perdi o último trem e não posso faltar o emprego, me obriguei a pagar a mais pelo clandestino. Dividi a corrida com mais cinco pessoas – contou.