O delegado Fabiano Silveira, responsável pela investigação dos disparos em frente à boate Meet, em Joinville, que levaram à morte de Juliana Maria Cidral, 32 anos, diz que há fortes indícios de que os envolvidos têm vínculo com a facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC). Segundo ele, esta pode ter sido uma ação aprovada pelas lideranças da organização. Na madrugada de 27 de março, um suspeito preso nesta quarta-feira, identificado sob a alcunha "o Advogado", teria entrado em uma briga com outro jovem após ouvi-lo dizer que era simpatizante do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção rival do PGC.
Os suspeitos já estão com a prisão temporária decretada pela 1ª Vara Criminal. A decisão vale por 30 dias, quando a Polícia Civil poderá pedir a prisão preventiva. Uma vez decretada, os suspeitos ficam aguardando a decisão judicial.
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O suspeito, que na discussão havia afirmado ser advogado do PGC, foi visto por testemunhas fotografando o desafeto após este ser expulso da boate, e depois trocando mensagens e falando ao telefone. Duas horas depois, já do lado de fora da boate, disparos foram efetuados em direção ao jovem, atingindo não só ele mas também dois seguranças da casa de festas e duas mulheres que esperavam um táxi. Uma delas era Juliana, que morreu.
- Precisamos esclarecer um ponto fundamental: as lideranças municipais e estaduais do PGC sabiam que os disparos iriam acontecer? Autorizaram estes disparos? - questiona Fabiano - Se assim for, nestes 30 dias também poderemos indiciar as principais lideranças do PGC do Estado de Santa Catarina.
A investigação sobre o caso levou a cinco suspeitos: o primeiro preso, "Periquito", foi preso em 4 de abril com a arma do crime. Nesta quarta-feira, o "Advogado" e outro jovem identificado como "Dimas" foram detidos. Dois outros homens que teriam participado da ação já morreram: Douglas Mike Correia, 26 anos, morto em 3 de abril, no bairro Fátima; e Robson Schadt, 38 anos, que foi encontrado com os pés e mãos amarrados em uma das margens da estrada do Oeste, em Pirabeiraba no último dia 24.
Segurança
Suspeitos presos por disparos em frente à boate teriam vínculo com PGC
Inquérito investigará se crime recebeu autorização da facção criminosa para acontecer
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