Pela perspectiva de Fabrício Farias, de 20 anos, preso em flagrante na quinta-feira, a tarde criminosa iniciou por volta de 14 horas e terminou com o latrocínio da vendedora Cristine Fonseca Fagundes, 44 anos, no final do dia, no bairro Higienópolis, na Zona Norte de Porto Alegre.
Ele contou aos policiais que a primeira vítima foi o motorista de um Pálio _ veículo utilizado como meio de locomoção para os crimes cometidos na sequência. O proprietário foi levado como refém até o fim do percurso.
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Ao longo de quatro horas, o trio assaltou pelo menos seis pedestres. O objetivo era levar celulares e dinheiro. Dois aparelhos foram encontrados no bolso dele.
O delegado responsável pela investigação, Alexandre Vieira, da 9ª DP, acredita que os celulares seriam revendidos no Centro. Embora tenha sido preso com celulares das vítimas, Fabrício nega participação ativa nos assaltos.
– Não roubei, não fiz nada, estava só dentro do carro – defendeu ao conversar com os policiais.
Na versão dele, o último assalto do dia teria saído do controle. Eles pararam o Pálio logo atrás do carro de Cristiane. O comparsa Tiago Oliveira da Silva, 30 anos, que portava o revólver 38, teria descido do veículo sozinho para abordar a mulher.
Após ouvir o estampido, Fabrício relatou que Tiago retornou para o carro dizendo que teria atirado "sem querer". Eles fugiram, abandonaram o Pálio nas imediações e libertaram o refém. A mulher morreu dentro do carro, na frente da filha adolescente.
Quatro meses fora da prisão
Fabrício foi preso minutos depois durante buscas feitas pela polícia nas redondezas de onde ocorreu o crime, no bairro Higienópolis. Fazia quatro meses que ele tinha deixado a cadeia, onde ficou fechado por cinco meses por outro assalto.
No processo consta que ele, acompanhado de um adolescente, roubou dois celulares de um casal na Avenida Salgado Filho, no Centro. Mesmo que tenha sido reconhecido pelas vítimas, Fabrício negou ter sido o autor do assalto e disse que teria sido confundido com outra pessoa.
Ao delegado responsável pela investigação do latrocínio, Alexandre Vieira, da 9ª DP, justificou que rouba dos outros para sustentar o filho recém-nascido. Esta foi a terceira prisão dele pelo mesmo tipo de crime.
Perícia
A perícia conformou a participação de Tiago e Rafael no latrocínio. As digitais deles foram encontradas no Pálio. Fabrício foi levado para o Presídio Central na madrugada de sexta-feira e a Justiça decretou prisão preventiva para Tiago e Rafael que estavam foragidos até o final da tarde.
Passagens policiais
Fabrício Farias, de 20 anos: um roubo em 2015 e um roubo em 2016
Tiago Oliveira da Silva, de 30 anos: receptação em 2004, ameaça a testemunhas em 2008, tráfico de drogas em 2012, três roubos em 2015.
Rafael Silveira Santa Helena, 26 anos: respondeu a um termo circunstanciado por agressão contra mulher