Para o juiz Ulysses Fonseca Louzada, que responde temporariamente pela 4ª Vara Criminal, foi "comprovada a materialidade do delito e há indícios suficientes de autoria" para que Bruno Laurindo Borges, 24 anos, vire réu e responda a processo pela morte da jovem Shelli Uilla da Rosa Vidoto, 27 anos. A Justiça acatou, ontem, a denúncia do Ministério Público, que seguiu o indiciamento feito pela Polícia Civil, responsabilizando Borges por latrocínio (roubo com morte) e corrupção de menores.
Borges é acusado de ter sido o autor das três facadas que tiraram a vida da relações públicas no dia 8 de julho. A vítima caminhava pela Rua Bento Gonçalves, no bairro Dores, quando foi abordada por duas pessoas, que seriam Borges e uma adolescente de 15 anos. Shelli teria sido ferida no momento da abordagem, mas, mesmo assim, saiu correndo atrás dos suspeitos.
Borges foi preso preventivamente no dia 15 de julho, após a confissão da adolescente em depoimento na delegacia. Ele está preso na Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm). Os advogados que defendem o suspeito, Wedner Lima e Sérgio Lima, sustentam que o seu cliente não é o autor do crime. Eles dizem que têm provas de que Borges não estava no local do fato no momento da morte. Eles ainda aguardam um julgamento de habeas corpus para liberdade de Borges e não descartam entrar com um recurso no Tribunal de Justiça para pedir a rejeição da denúncia.
Wedner adianta que deve apresentar um vídeo em que a adolescente diz ter sido forçada a confessar participação no crime e que, na Justiça, falará a verdade.
– Essa é a primeira prova que vamos anexar, até porque ela demonstra a menina dizendo claramente que teria sido pressionada a dar um depoimento mentiroso – afirma Wedner.
A delegada Luiza Souza, que responde pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), diz que já tem conhecimento desse vídeo e descarta que a adolescente tenha sofrido algum tipo de pressão. Ela explica ainda que deve abrir um procedimento para apurar se a menor foi coautora de Borges ou se apenas o acompanhava. Dentro dessa mesma investigação, as circunstâncias em que o vídeo foi gravado também serão apuradas.
– Foram os parentes do acusado que fizeram (o vídeo). Ela foi ouvida junto do Conselho Tutelar, do Ministério Público, de um advogado e de dois delegados. Não tem nenhum problema quanto a esse fato, ela foi ouvida com todas as garantias.