Os 16 funcionários da Johnson Controls intoxicados após acidente na fábrica da empresa em Gravataí na manhã desta segunda-feira receberam alta do Hospital Dom João Becker no início da tarde. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do município, eles trabalhavam em um dos galpões quando uma bomba que levava a substância tolueno de isocianato para um tanque se rompeu, ocasionando vazamento do produto. Os trabalhadores relataram ter sentido ardência nos olhos, irritação na garganta e falta de ar, e foram levados ao hospital.
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Técnicos da Fundação Municipal de Meio Ambiente de Gravataí (FMMA) foram ao local fazer vistoria após o incidente e disseram que a situação estava controlada.
– O problema ocorreu durante a produção de uma espuma de poliuretano, quando são misturados o isocianato e o poliol. Uma mangueira acabou vazando e os trabalhadores foram expostos ao isocianato. Menos mal que foi num volume muito pequeno e ficou retido em um espaço, não se espalhando para outros locais – explicou o diretor-presidente da Fundação, Jackson Müller.
De acordo com a FMMA, a empresa, que é fornecedora de estofamento para os carros produzidos pela General Motors e fica no complexo industrial da companhia, conseguiu isolar a área, retirar os funcionários do local e levá-los ao hospital. Os trabalhadores ficaram cerca de seis horas em atendimento. O coordenador clínico do Centro de Informação Toxicológica (CIT) do Estado, médico toxicologista Carlos Augusto Mello da Silva, afirma que o tratamento recomendado para esse tipo de situação é semelhante ao enfrentamento de uma crise de asma.
– Esse produto, o tolueno de isocianato, é semelhante a outras substâncias irritantes, como o cloro e a amônia, por exemplo. Tudo depende do tempo de exposição e da concentração. O procedimento padrão é avaliar a função respiratória, porque esse produto gera uma resposta semelhante a uma crise de asma, fechando os brônquios e gerando aquele chiado. O ideal é que a pessoa receba oxigênio e nebulização, e depois fique em observação.
Procurada, a direção da Johnson Controls não se manifestou sobre o incidente.
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