Após quase um ano do início da Operação Palco, desencadeada pela Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) de Santa Maria e que desmantelou uma quadrilha comandada por José Carlos dos Santos, o Seco, e Edson Marcos Silva da Rosa, o Tucano, foi realizada a primeira audiência do processo em que 12 pessoas são acusadas de tráfico de drogas e associação para o tráfico. Tucano e Seco respondem apenas por tráfico nesta ação, já que também foram denunciados por associação para o tráfico em outro processo oriundo da Operação Palco. No depoimento de uma das testemunhas de acusação, um policial civil que participou as investigação, os Bala na Cara, com quem Seco e Tucano teriam ligação, estão novamente na cidade na tentativa de se expandir no tráfico de drogas em Santa Maria.
Dos 12 réus (confira abaixo), nove compareceram. Juliano Saydeles, Juraci Oliveira e Daiane Pahin não estiveram presentes, apenas os seus advogados. Duas testemunhas arroladas pelo promotor de Justiça Rodrigo de Oliveira Vieira, dois policiais civis, foram ouvidos. Na fala de um deles, foi confirmado que, mesmo depois da Operação Palco, integrantes da facção da Capital tentaram novamente se infiltrar na cidade. Os alvos foram os bairros Juscelino Kubitschek, na região oeste, Carolina, na norte, Campestre do Menino Deus, na nordeste, e na chamada Linha Velha da Fronteira, que fica entre os bairros Perpétuo Socorro, também na região norte, e Rosário, no Centro. A informação é confirmada pelo delegado regional e titular da Defrec, Sandro Meinerz, que comandou a investigação.
_ Teve o Beco da Tela, depois a zona oeste, e depois foram esses três pontos. Eles normalmente tentam se aliar a alguém que já está instalado ou tentam a força. Essas últimas investidas foram no sentido de fazer alianças. Não foi com o uso da violência. Os Bala na Cara estão na cidade. Não se tem como dizer em que grau, mas existe pessoas deles aqui _ afirma o delegado.
As testemunhas chamadas pelas defesas dos réus não foram encontradas. No entanto, foi acordado para que os réus fossem interrogados. Tucano foi o primeira a falar, e Seco o último.
Ao fim da audiência o MP concordou e foi decretada a liberdade provisória de José Laureci Felipe dos Santos e Cíntia Silveira da Silva.
A audiência começou às 14h e terminou às 19h, contou com um grande aparato de segurança de agentes penitenciários e da Brigada Militar de Santa Maria, e de grupos especiais da Susepe e da Polícia Civil.
O ESQUEMA
- Conforme apurou a investigação da Polícia Civil, a partir do depoimento dos policiais nas audiências, Seco e Tucano comandariam o grupo para dominar o tráfico de drogas em Santa Maria.
- José Carlos dos Santos (Seco) e Edson Marcos Silva da Rosa (Tucano)
- Os dois seriam os chefes do grupo, que davam as ordens para compra, venda e transporte de drogas. Os dois se conheceram na Pasc
- Daniela Medianeira dos Santos e José Laureci Felipe dos Santos
- Daniela seria o contato de Tucano no Beco da Tela. O pai dela, conhecido como "Véio Zeca", também entrou no grupo. Os dois teriam arrumado casas para o grupo no beco
- Cláudio Dionatan Schultz Padilha e Magnum Padilha
- Amigos de Seco, teriam sido enviados a Santa Maria para serem o braço direito dele na cidade e ajudariam Daniela na distribuição das drogas
- Gléber Zenon da Silva Carneiro e Cintia Silveira da Silva
- O casal, chamado por Seco de "cumpadre e cumadre", seriam laranjas dele. Faria a movimentação financeira e também davam alojamento e orientações para os chamados "mulas do grupo"
- Juraci Oliveira Silva
- O Jura, como é conhecido, seria um dos principais fornecedores de drogas para Seco e Tucano. Ele seria chefe do tráfico de drogas no chamado Campo da Tuca, em Porto Alegre
- Juliano Saydeles e Jeferson Santos Domingues
- Seriam compradores diretos das drogas de Seco e Tucano
- Daiane Pahin Silva
- Seria uma das mulas do grupo