Foragido desde o dia 25 de julho do semiaberto, o assaltante Anderson Braz Campos, 28 anos, engrossou nesta segunda-feira a estatística da impunidade do regime, que registra uma fuga a cada duas horas no Rio Grande do Sul. Em vez de retornar ao Instituto Penal de Caxias do Sul – interditado desde a última sexta-feira –, Campos envolveu-se em um roubo que terminou com cinco pessoas feridas na tarde desta segunda-feira na cidade.
Em 18 de julho, a Vara de Execuções Criminais de Caxias deferiu um pedido de trabalho externo do apenado, que foi empregado em uma empresa de pinturas prediais. O expediente dele era de segunda a sábado, das 7h30min às 11h30min, e das 13h30min às 18h. Mas, uma semana depois do benefício, Campos desapareceu e foi considerado foragido. Ao todo, as penas dele somam 20 anos e dois meses por roubos e extorsões.
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Por volta das 17h desta segunda, ele invadiu a joalheria Caprice, na rua Marquês do Herval, centro da cidade, e anunciou um assalto. Após entrar em luta corporal com o dono do estabelecimento, o apenado deu um tiro no queixo do homem e tentou fugir com joias. Na saída, acabou surpreendido por quatro guardas municipais e quatro policiais civis, que passavam pelo local no momento da ocorrência e ouviram um estampido.
Campos simulou estar passando mal e foi imobilizado por um guarda municipal, que pediu que ele se acalmasse e não reagisse. Na abordagem, o bandido sacou uma arma que estava escondida embaixo de seu corpo e disparou em direção ao rosto do policial. Com fraturas no maxilar, o guarda foi encaminhado ao Hospital Pompéia, onde era avaliado na noite desta segunda. Ele não corre risco de vida.
Houve troca de tiros entre o assaltante e os policiais. Na confusão, a cozinheira Noeli Guedes, 51 anos, foi atingida na perna. Ela saía do colégio La Salle Carmo, a poucos metros da joalheria, para pegar um ônibus na Rua Pinheiro Machado. Além dela, outra mulher em um táxi (foto acima) ficou ferida com estilhaços de bala. Todos os feridos receberam atendimento médico em hospitais de Caxias.
Cerca de duas horas antes do assalto, dezenas de policiais estavam reunidos na Praça Dante Alighieri para homenagear o soldado Thales Ferreira Floriano, morto durante uma operação na Vila Chico Mendes, em Cidreira, na madrugada de sábado. Trata-se da segunda morte neste ano envolvendo um PM em abordagem policial. Em 4 de julho, o soldado Luiz Carlos Gomes da Silva Filho foi baleado na cabeça por um criminoso na zona sul da Capital.