Após a morte de Cristine Fonseca Fagundes, 44 anos, vítima de um latrocínio (roubo com morte) nas proximidades do Colégio Dom Bosco, localizado na zona norte de Porto Alegre, alunos da instituição estão organizando um protesto contra a violência que será realizado na manhã deste sábado. Denominado de "Passeata Pela Paz + Segurança", o ato está sendo organizado pelo Facebook. Até as 20h desta sexta-feira, mais de 2 mil pessoas, das 26 mil convidadas, haviam confirmado presença no evento. Os alunos pretendem se encontrar em frente à instituição de ensino.
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Na descrição do evento, na página na rede social, os organizadores afirmam que o ato vai aproveitar o público que frequentará o Ofibosco, "série de oficinas, ministradas por professores da faculdade e outros convidados", programado para acontecer na manhã de sábado.
Um dos organizadores do evento, o aluno Gabriel Kury, 16 anos, disse que a iniciativa surgiu logo após a notícia do crime. Ele e seus amigos pretendiam realizar um minuto de silencio no colégio nesta sexta-feira, mas isso não foi possível devido ao cancelamento do dia letivo. A direção da instituição de ensino resolveu retomar as atividades normalmente apenas na segunda-feira.
– Essa passeata pretende chamar a atenção das autoridades para resolver essa insegurança, mas queremos também confortar a família – explicou.
Kury é aluno do segundo ano do ensino médio e estuda há 13 anos na instituição. Ele disse que em uma ocasião já jogou uma partida de xadrez com o filho da vítima, um menino de 10 anos de idade. Kury disse que a direção do Dom Bosco entrou em contato com ele para parabenizá-lo pela iniciativa. Segundo ele, a morte de Cristine "foi a gota d'água":
– Do jeito que está não dá para ficar. Uma mãe não pode mais buscar o filho sem correr risco de vida.
De acordo com Gabriel Kury, a violência é constante no entorno do colégio. Ele afirma ter sido assaltado em 2015 na Rua Eduardo Chartier, que faz cruzamento com a Rua Ari Marinho, onde ocorreu o latrocínio que vitimou Cristine.
– Me levaram quase tudo: celular, mochila e outros pertences – disse.
Após a mobilização em frente ao colégio, os manifestantes pretendem caminhar até a 4ª Delegacia de Polícia da Capital, na Rua Benjamin Constant, que fica próxima ao acesso à Terceira Perimetral.
*Zero Hora