Em represália ao anúncio do novo parcelamento de salário dos servidores do Executivo, sindicatos dos funcionários da Segurança Pública decidiram, nesta quinta-feira, convocar uma paralisação para o dia 4 de agosto. Em comunicado enviado à imprensa, o grupo, que abrange servidores de Polícia Civil, Brigada Militar, Instituto Geral de Perícias (IGP), Bombeiros e Susepe, pede à população que evite sair de casa no dia indicado.
"Chamamos a atenção da sociedade gaúcha para que durante esse dia evite sair às ruas, abrir o comércio, levar seus filhos à escola, bem como orientamos a suspensão do transporte público, frente a absoluta falta de segurança que deverá imperar nesse dia", afirma a nota.
Paralelamente, as entidades que compõem o bloco da Segurança Pública anunciam a deflagração de uma operação padrão já a partir desta sexta-feira, que deverá ser mantida até a integralização do salário.
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A operação-padrão interfere diretamente em ações realizadas fora do horário de expediente, isto é, à noite e durante a madrugada, prejudicando o combate ao crime. Flagrantes, mandados de busca e de prisão só serão cumpridos com participação dos delegados, assim como os casos de homicídios após as 18h, que terão a ida ao local realizadas somente depois de confirmadas as mortes.
De acordo com o comunicado, o depósito de apenas R$ 650 na primeira parcela da folha, aliado a "política de desmonte dos serviços públicos", torna a situação insustentável. "Não é possível que homens e mulheres que arriscam suas vidas na proteção da sociedade gaúcha tenham que se submeter a tamanho vexame e humilhação frente ao novo parcelamento de salários", diz o texto.
Além da manifestação marcada para a próxima quinta-feira, os funcionários da segurança estadual estarão em frente ao Palácio Piratini nesta sexta, às 11h, para exigir o agendamento imediato de reunião com o governador José Ivo Sartori. Os sindicatos orientam os funcionários que atuam no interior do Estado a realizar, no mesmo horário, uma ação em frente às prefeituras de seus municípios.
Procurado pela reportagem, o chefe de gabinete da Secretaria de Segurança Pública (SSP-RS), coronel Aguirre, afirmou que uma reunião está agendada para a manhã de sexta-feira para debater internamente as medidas a serem tomadas. Após a conversa, as entidades dos servidores serão procuradas para negociação.