Uma marquise caiu sobre duas mulheres no centro de Porto Alegre por volta das 8h desta quinta-feira. O acidente ocorreu no prédio de número 366 da Rua Annes Dias, que estava em obras. Ao cair, a estrutura atingiu Eva Leni Flores da Silva, 59 anos, que teve ferimentos e foi levada ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), e Tatiane Duarte da Silva, 34 anos, que morreu no local. A área foi isolada.
No fim da tarde desta quinta, a vítima de 59 anos passou por uma cirurgia. Ela está na sala de recuperação do hospital em estado regular.
Segundo o sargento Marcos Duarte, da Brigada Militar, Tatiane morava no Lami e trabalhava em uma lancheria no prédio. O sargento Vanderlei Batista diz que vários prédios estão sendo reformados e tendo marquises recuperadas na região.
A perícia está atendendo um incêndio em Arroio dos Ratos e só deve se deslocar a Porto Alegre quando terminar a ocorrência.
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Para o agente da Defesa Civil Lindomar Constanti, ainda não é possível ter um diagnóstico do que ocorreu. Ele acredita, porém, que a estrutura possa ter cedido a partir de alguma ação dos funcionários que recém haviam começado a trabalhar.
– Pelo que podemos ver, caiu somente a parte externa da marquise. Engenheiros da Smurb (Secretaria Municipal de Urbanismo) farão uma avaliação. O estranho é que eles estavam trabalhando no local e não haviam colocado faixa de segurança – disse.
Eliana Brid, técnica da Smurb, levanta a hipótese de ter ocorrido uma sucessão de erros da empresa contratada. Ela explica que um morador do primeiro andar do prédio sentiu um impacto forte pouco antes da queda da marquise:
– Há uma estrutura que foi montada e presa acima da marquise, para proteção. Ela provavelmente não foi bem posicionada e causou um sobrepeso na marquise. Estava apoiada por cima, pressionando para baixo. O ideal seria que estivesse posiconada abaixo da marquise.
Ainda perplexo com o ocorrido, o subsíndico do prédio, Fernando Silva, explicou que a obra ocorria somente na fachada para troca de pastilhas. Ele disse, ainda, que a marquise já havia sido fiscalizada e liberada pela prefeitura no ano passado.
Jorge Luis Rosa, 58 anos, era funcionário de uma das lojas do prédio há três anos. Ele deixou o emprego há três dias e parecia não acreditar no que estava vendo ao passar pelo local na manhã desta quinta-feira.
– Ficava todos os dias na frente do prédio. Nunca notei nada. A obra estava indo muito bem. É muito estranho ver o prédio assim agora.
Elisangela Flores da Silva, 28 anos, filha de Eva, a mulher ferida no acidente que foi levada ao HPS, disse que as duas vieram de Triunfo, cidade onde residem, para visitar o sobrinho que está internado em um hospital de Porto Alegre. Ambas pararam para comprar um lanche na loja localizada embaixo da marquise que desabou.
– A gente estava olhando os salgados na vitrine, e aí eu entrei para comprar. Logo que entrei, já deu aquele estouro. Olhei para trás, e tudo tinha caído em cima da minha mãe e da mulher que estava ao lado. Foi desesperador – conta Elisangela.
Segundo ela, foi possível perceber uma pessoa caminhando em cima da marquise poucos segundos antes do desabamento:
– Tinha alguém lá em cima. Deu para notar antes.
Conforme Elisangela, a mãe teve ferimentos no lado esquerdo do corpo.
*Rádio Gaúcha e Zero Hora