O número de extinções de empresas de Caxias do Sul nos primeiros seis meses do ano chega a 553. É um número alto, que mantém a tendência dos últimos semestres. É um pouco maior do que as 546 empresas fechadas no primeiro semestre do ano passado e menor do que as 603 que encerraram atividades no segundo semestre de 2015. Somados estes períodos, já são mais de 1,7 mil negócios extintos em um ano e meio.
Por outro lado, dados da Junta Comercial do Rio Grande do Sul (Jucergs) mostram que também cresceu a abertura de empresas. No primeiro semestre deste ano, foram abertos 664 negócios. No mesmo período do ano passado, foram 657, uma média alta também. O recorde de abertura de empresas foi no segundo semestre de 2015, quando foram criadas 811. No período de um ano e meio, são 2,1 mil constituições. De acordo com Marilei Ferraro, coordenadora do escritório regional da Junta Comercial de Caxias do Sul, as demissões podem ser uma explicação para o elevado número de novos empreendedores. Nos últimos 12 meses, Caxias do Sul acumula perda de mais de 15 mil empregos.
"Como muitas pessoas foram demitidas, acabaram recebendo verbas rescisórias, e investiram nisso como forma de compensar. Recebemos aqui o próprio empresário abrindo empresas, evitando custos de contador, indo direto na junta. Basta saber se são negócios que vão prosperar", destaca a responsável pela junta de Caxias.
Entre os setores mais representativos da cidade, chama atenção o comércio de vestuário que fechou 61 empresas, a construção fechou 26 incorporadoras e a indústria metalúrgica encerrou cinco empresas. Ao mesmo tempo que fecha negócios, a construção civil também abriu 52 novos negócios, mas segundo a coordenadora da junta de Caxias, o movimento já foi muito maior. No ramo de vestuário, abriram as portas 32 negócios, metade do número de empresas que fecharam no período. E apenas uma indústria metalúrgica foi criada neste primeiro semestre.