Na tentativa de refazer a cena do crime que impactou os moradores da Vila dos Sargentos, no Bairro Serraria, Zona Sul de Porto Alegre, no começo da manhã desta quarta-feira, os investigadores da 4ª DHPP constataram que Vilmar Adão Goulart Fraga, 54 anos, foi torturado dentro de casa antes de ser enforcado e ser exposto, nu, diante de um estabelecimento comercial na Rua Leodoro Pereira da Silva.
De acordo com o delegado Rodrigo Pohlmann, que investiga o caso, Vilmar morava a cerca de 100 metros do local onde o seu corpo foi encontrado. Peritos comprovaram sinais de sangue e os móveis revirados nos dois andares da residência. A partir dali, já bastante machucado, os policiais acreditam que a vítima foi arrastada até o local onde seria morta.
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– Havia marcas de sangue no porta-malas do carro que era usado pelo Vilmar, mas provavelmente o carro não foi usado. Os criminosos podem ter buscado algum objeto no porta-malas e sujado o veículo – explica o delegado.
Um cano de descarga de moto, provavelmente usado para agredir Vilmar até a morte na rua, foi encontrado nas proximidades do corpo dele. A suspeita é de que o homem foi enforcado ainda vivo.
Uma das hipóteses investigadas pela polícia é de que o crime tenha sido cometido por traficantes ligados à facção dos Bala na Cara, que atuam na região da Vila dos Sargentos, como forma de "recado" a possíveis delatores.
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– As características dão a entender uma mensagem de imposição de medo à comunidade, mas não é a única que estamos trabalhando – afirma o delegado.
Vilmar morava na vila há mais de 30 anos e era pai de três filhos – dois deles ainda morando na Vila dos Sargentos. Viúvo, ele morava sozinho em sua casa e trabalhava, segundo a polícia, como apontador do jogo do bicho. Conforme os investigadores, ele também administraria algumas máquinas de caça-níqueis na região. A possibilidade de um crime relacionado à contravenção, no entanto, é considerada remota pela polícia.
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