O repórter do jornal JÁ, de Porto Alegre, Matheus Chaparini foi preso na manhã desta quarta-feira enquanto cobria a ocupação dos estudantes na Secretaria Estadual da Fazenda, no centro da Capital. Chaparini foi levado junto a outros nove adultos para a 3ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (3ª DPPA), submeteu-se a exames de corpo de delito durante a tarde e deve passar a noite no Presídio Central – a não ser que seja liberado por decisão judicial.
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Zero Hora entrou em contato com a 3ª DPPA e conversou com a escrivã que lavrou o flagrante do caso. De acordo com a policial Paula Paixão, Chaparini afirmou que era cinegrafista, fotógrafo e repórter autônomo. Ele teria dito não ser vinculado a nenhuma entidade jornalística e que seria estudante de jornalismo. Conforme a escrivã, não ficou confirmado que Chaparini era repórter. Além disso, afirma a policial, assim como os outros detidos, ele estaria praticando crimes como esbulho possessório (apropriar-se de um imóvel público) e crime contra organização do trabalho (impedir servidores de exercerem suas funções).
De acordo com publicação do perfil do jornal Já no Twitter, Chaparini teria se identificado para a Brigada Militar durante a condução para a delegacia, mas teria ouvido que "não fazia diferença alguma".
Em sua página no Facebook, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS) emitiu uma nota em que repudia a prisão do repórter durante o exercício do seu trabalho, o que representaria "uma tentativa de inibir a atuação da imprensa na cobertura e esclarecimento dos fatos". Um advogado do sindicato foi colocado à disposição de Chaparini.