Após quase um mês, os 980 alunos da escola Apolinário Alves dos Santos voltam às aulas nesta quinta-feira, em Caxias do Sul. O movimento ainda não zera os manifestos em Caxias, apesar de uma negociação na terça-feira entre estudantes e representantes do governo, em Porto Alegre, ter definido o fim das ocupações. A EETCS também decidiu encerrar o movimento, mas as aulas não haviam sido prejudicadas. Cristóvão de Mendoza e Aristides Germani seguem ocupadas em Caxias.
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Apesar de anunciar a retirada dos colchões e cobertores da escola do Sagrada Família, os alunos envolvidos na ocupação do Apolinário mantêm a ressalva: caso as demandas não sejam atendidas, o movimento vai voltar. Entre os pedidos estão a reposição de professor de literatura para os primeiros anos do ensino médio e para a noite, mais funcionários para a limpeza e solução para a infestação de ratos.
Segundo a diretora, Marili Rigon Zandoná, os pais devem mandar todos os filhos para a aula nesta quinta-feira porque o retorno está garantido. Resta, ainda, esclarecer se algum professor continuará de greve, já que além do movimento de ocupações mantido por alunos, o Estado tem parte do magistério paralisado desde maio. Antes do início da ocupação, a estimativa era de que 26 dos 71 docentes do Apolinário tinham aderido ao movimento. Conforme Marili, mesmo que parte do quadro siga paralisada, as aulas serão mantidas com ajustes.
No Cristóvão de Mendoza, onde cerca de 70 estudantes seguem na ocupação, as aulas começaram a ser retomadas no último dia 8. Todas as turmas já voltaram a receber lições mas algumas em salas improvisadas, porque os alunos ocupam um dos três prédios.
Conforme a diretora, Fabiana Simonaggio, há aulas na sala de projeção, na sala de atividades dos anos iniciais e em duas emprestadas da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS). Os alunos do Cristóvão não têm prazo para encerrar o movimento e se revezam para não perder aulas.
– Só pelo fato de fazerem reuniões, discutirem os assuntos, já estamos conseguindo fazer as escolas serem ouvidas. Mas vamos continuar mobilizados para mostrar que não é qualquer coisa que vai fazer parar a nossa luta – diz a presidente do grêmio estudantil, Estela Balardin, 16 anos.
No Aristides Germani, aulas seguem suspensas em função da ocupação. Já no Emílio Meyer, a ocupação durou duas semanas mas as aulas não foram suspensas.
Grupo do EETCS desocupa colégio nesta quinta
A ocupação na EETCS será encerrada a partir desta quinta-feira. A decisão foi tomada nesta quarta-feira à tarde, depois de reunião de alunos e direção com a 4ª Coordenadoria Regional de Educação (4ª CRE). Desde o final de maio, alunos estavam concentrados em uma sala de educação física. A adesão era de cerca de 50 estudantes e as aulas não foram interrompidas.
De acordo com a titular da 4ª CRE, entre os pedidos feitos no encontro desta quarta-feira estão uma sala para o grêmio estudantil e mais segurança para a escola. A sala será designada pela direção e, quanto à segurança, a própria direção consertará a cerca. Os estudantes ainda cobraram a licitação de uma lanchonete, que está em andamento.
– A conversa foi muito boa. Sugeri que os alunos sempre participem de atividades e do planejamento financeiro da escola – completa Janice.