A Justiça aceitou na última semana a denúncia contra um médico acusado de negligência e imperícia no caso da morte de uma paciente após cirurgia em um hospital de Santa Maria. Antonio Augusto Caffarate Neves Silva vai responder por homicídio culposo.
Maria Aparecida dos Santos Amaral realizou uma videolaparoscopia para a retirada de um cisto no ovário. De acordo com o Ministério Público, o ginecologista, ao realizar o procedimento, perfurou a alça intestinal da paciente. Ele teria dado alta à paciente mesmo com queixas de dores. Depois, ela procurou o hospital com novas dores na região e, então, foi feito novo procedimento, em que foi constatada a perfuração, e iniciado tratamento com antibiótico.
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Depois, a paciente apresentou infecção generalizada e, no dia 29 de março de 2015, quando foi submetida a uma nova cirurgia, teve uma parada cardíaca e não resistiu. Segundo o MP, a causa da morte foi “insuficiência respiratória aguda devida a tromboembolismo pulmonar”. A acusação alega imperícia porque Silva não teria tomado cuidado durante a cirurgia, e negligência porque, além de não ter percebido o erro, não foi feita investigação diagnóstica quando a paciente se queixou de dores abdominais.
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O advogado do ginecologista, Ricardo Munarski Jobim, afirma que o processo é uma injustiça, uma construção leiga que desconsidera conhecimentos básicos em medicina. Segundo ele, a denúncia é curta e sintética, com apenas duas páginas de fatos, e os médicos envolvidos nos procedimentos não foram ouvidos. Ele ainda vai acessar o conteúdo para avaliar se vai contestar o recebimento da denúncia.