Depois da desistência em fazer pronunciamento em rede aberta de TV e rádio na noite desta sexta-feira, o vídeo da presidente Dilma Rousseff foi divulgado nas redes sociais oficiais do Partido dos Trabalhadores (PT). Nele, a presidente se defende do processo de impeachment, em tramitação na Câmara dos Deputados e que terá votação de admissibilidade no domingo, chamando-o de "aventura golpista".
– O que está em jogo na votação do impeachment não é apenas o meu mandato, que pretendo defender e honrar até o último dia conforme estabelecido na Constituição. O que está em jogo é o respeito à vontade soberana do povo brasileiro, o respeito às urnas. O que está em jogo são as conquistas sociais e os direitos dos brasileiros. Por isso, é minha obrigação esclarecer os fatos e denunciar os riscos desta aventura golpista para o país.
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A presidente também alega que "parte da oposição, inconformada" fez uma conspiração pelo impeachment e mergulhou o país "num estado permanente de instabilidade política". Dilma também se defendeu da denúncia que consta no processo:
– Não há razão para o pedido de impeachment contra mim. Acusam-me sem nenhuma base legal. Não cometi crime de responsabilidade, não há contra mim qualquer denúncia de corrupção ou desvio de dinheiro público. Jamais impedi investigação contra quem quer que fosse. Meu nome não está em nenhuma lista de propina. Tampouco sou suspeita de qualquer delito contra o bem comum.
Dilma disse também que a denúncia em análise no Congresso Nacional "não passa de uma fraude, a maior fraude jurídica e política da história de nosso país". Ela pediu à população que não se deixe "enganar" e que observe "quem são os líderes do processo e suas propostas para o futuro do Brasil". Segundo a presidente, os "golpistas" vão impor sacrifícios à população.
– Querem revogar direitos e cortar benefícios sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. Ameaçam até a educação pública. Querem abrir mão da soberania nacional, mudar o regime de partilha e entregar os recursos do pré-sal às multinacionais estrangeiras.
A presidente também disse que quem está por trás do "golpe" são pessoas dispostas "a humilhar o Brasil perante a comunidade internacional, como se fossemos uma republiqueta qualquer e não uma das maiores democracias do mundo".