Os investigadores do Departamento de Homicídios da Capital consideram fundamental as análises das imagens de câmeras de monitoramento do local onde Marcos Rogério dos Santos Guedes, o Porcão, 39 anos, foi morto e outros dois homens foram baleados na manhã de sábado e do trajeto percorrido por eles, em um Civic, desde Charqueadas até a emboscada na Avenida Sertório, Bairro Navegantes, Zona Norte de Porto Alegre. Entre os elementos que serão analisados pela 2ª DHPP há ainda um aparelho de celular apreendido dentro do carro das vítimas.
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A intenção, de acordo com o delegado Cassiano Cabral, que abriu inquérito para investigar o crime, é determinar se a morte do homem apontado como um dos principais líderes da facção criminosa Bala na Cara foi encomendada. A suspeita é de que seus algozes tiveram informação exata sobre o momento da sua saída do Instituto Penal de Charqueadas, onde cumpria pena e iniciaria uma saída temporária com o uso de tornozeleira eletrônica.
Ainda na tarde de sábado, o Corsa supostamente usado pelos atiradores foi apreendido pela Brigada Militar, abandonado na Avenida João Wallig, Bairro Passo d'Areia. O carro era clonado, com placas de Pelotas. O veículo também deve ser periciado.
– Sem dúvida foi um crime relacionado aos atuais confrontos desta facção. Há uma guerra entre grupos rivais. Trabalhamos para precisar qual grupo foi autor do homicídio – explica o delegado.
Desde o começo do ano mais de 30 pessoas foram assassinadas na guerra do tráfico que teve início entre os bairros Bom Jesus, reduto dos Bala na Cara, e Vila Jardim, de onde surgiu uma aliança de quadrilhas espalhadas por praticamente toda a cidade, que se denominam Anti-Bala.
Pouco tempo depois do crime, um foguetório em homenagem ao Porcão foi ouvido no Bairro Bom Jesus. E a Brigada Militar reforçou a presença nesta região e nos bairros Vila Jardim e Santa Tereza, onde há suspeita de que podem haver represálias pelo homicídio.
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