A oposição venezuelana anunciou nesta terça-feira que convocará um referendo revogatório e promoverá uma emenda para tirar do poder o presidente Nicolás Maduro, assim com fará uma grande mobilização para pressionar a renúncia do chefe de Estado. É uma estratégia dividida em três eixos.
- A Mesa da Unidade Democrática (MUD) tomou a decisão unânime de convocar o povo da Venezuela a formar o maior movimento de pressão popular que já existiu para ativar todos os mecanismos de mudança - afirmou o secretário executivo da coalizão opositora, Jesús Torrealba.
Torrealba disse ainda que o parlamento, de maioria opositora pela primeira vez em 17 anos de hegemonia chavista, planeja impulsionar uma emenda constitucional que seja votada pelos venezuelanos "para reduzir o mandato presidencial e conseguir eleições este ano".
Ao mesmo tempo, acrescentou, "iniciar o processo de referendo revogatório", que pode ser ativado uma vez que Maduro, eleito em abril de 2013 para um período de seis anos, cumpra, dentro de um mês, a metade de seu mandato.
A oposição convocou, a partir de sábado, "uma ampla mobilização popular e pacífica" para conseguir a renúncia de Maduro e apoiar as vias legais que paralelamente antecipe o parlamento.
"O que fez a Unidade? Em vez de nos dividirmos pelos mecanismos, nós nos unimos pela estratégia de luta", disse Torrealba, ao explicar a decisão da MUD.
No entanto, analistas constitucionalistas advertiram que esses mecanismos terão de passar pelo filtro do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), acusado pela oposição de ser subordinado ao governo e que há uma semana reduziu drasticamente os poderes do Legislativo.
- O governo trancou o jogo e aprofundou o desastre econômico. Já não aguentamos, somos vítimas da pior crise da história do país, nada funciona. Por isso a Venezuela assumiu o caminho da mudança", acrescentou Torrealba, declarando-se convicto de que essa estratégia múltipla fará o objetivo avançar.