O Ministério Público de Santa Catarina ofereceu denúncia nesta segunda-feira contra o médico Omar Cesar Ferreira de Castro, 66 anos, por crime contra a dignidade sexual. Ao todo, são 11 crimes de estupro consumado, cinco vezes por estupro tentado, duas vezes por estupro de vulnerável, além de violência sexual mediante fraude e contravenção. Após citada, a defesa tem 10 dias para responder. Se condenado, a pena total corresponde a cerca de 120 anos de prisão.
O promotor Fernando Linhares da Silva Júnior é o responsável pelo oferecimento da denúncia ao Poder Judiciário. Ao longo do caso, a defesa do médico, alegando atender a um pedido da família do acusado, optou em não se manifestar publicamente.
O inquérito foi comandado pelo delegado Ricardo Thomé, da Delegacia de Proteção a Criança, a Adolescente, a Mulher e ao Idoso de Florianópolis. No total, foram 38 vítimas. Mas para caracterizar a denúncia ao Ministério Público, foram provadas oito situações, além de outras consideradas distintas.
O nutrólogo atendia no Centro de Florianópolis. A investigação também analisou o conteúdo de celulares, computadores e câmeras apreendidos na casa e no consultório do médico. Além da denúncia oferecida pelo MP, o médico é investigado pelo Conselho Regional de Medicina, que desde 2010 recebia informações sobre as práticas médicas suspeitas, ainda que sem relação com crimes sexuais.
O advogado Francisco Ferreira defende algumas das vítimas. Ele observou a rapidez com que tanto o inquérito policial como a análise pelo promotor foram realizadas. A expectativa das vítimas é que o trâmite no judiciário também seja célere. Ferreira acredita que a divulgação do fato ajudou a mais vítimas aparecerem para depor, dando mais consistência ao inquérito policial. Conforme ele, as mulheres estão na expectativa da condenação para que o médico não volte a trabalhar e retome a prática criminosa.