A homologação da delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS) provoca um turbilhão no governo Dilma Rousseff. A situação mais delicada é a do ministro Aloizio Mercadante (Educação), que tem a permanência no cargo questionada dentro do Palácio do Planalto. A confirmação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro pode ser adiada ou cancelada.
Mercadante foi convocado para uma reunião de emergência no Planalto com a presidente Dilma Rousseff. No depoimento de delação, Delcídio afirmou que Mercadante teria prometido dinheiro e auxílio para que o senador deixasse a prisão e não firmasse acordo de colaboração premiada. Aos investigadores, o delator afirma que tem a gravação de conversa de Mercadante com seu assessor, Eduardo Marzagão, na qual o ministro oferece a ajuda financeira. A transcrição do diálogo foi antecipada pela revista Veja.
Dilma foi surpreendida pela revelação e teme o desdobramento do caso, já que até o ano passado Mercadante era um dos ministros mais influentes do governo, como titular da Casa Civil, e ainda é nome de confiança da presidente. Paira o receio de que aumentem as suspeitas de que o Planalto agiu para atrapalhar a Operação Lava-Jato, na contramão do discurso proferido por Dilma.
A presidente chamou o atual titular da Educação para ouvir suas explicações, e o ministro deve conceder uma coletiva na tarde desta terça-feira. Parlamentares e pessoas próximas de Dilma afirmam que não será surpresa se Mercadante deixar a Esplanada.
Ouça o áudio obtido pela revista Veja: