O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), minimizou na tarde desta terça-feira o conteúdo da delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS) envolvendo seu nome. Em depoimento, o ex-líder do governo no Senado chamou o peemedebista de "menino de recados" do banqueiro André Esteves em assuntos de interesse do Banco BTG.
– Tem coisa muito mais grave nisso aí (delação) para vocês se preocuparem – respondeu, ao chegar ao seu gabinete.
Leia mais
Delcídio confessa ter recebido propina de US$ 1 mi de Pasadena
Mercadante nega ter oferecido ajuda financeira a Delcídio
Renan Calheiros e integrantes do "grupo de Sarney" receberam propina por Belo Monte, diz Delcídio
Em delação premiada homologada nesta terça no Supremo Tribunal Federal (STF), Delcídio citou aos investigadores a apresentação de emenda por parte da Câmara dos Deputados a uma MP (668 ou 681, segundo Delcídio) possibilitando a utilização de ativos das instituições em liquidação de dívidas. Entre as tratativas de Esteves junto a Cunha estaria a possibilidade de inclusão de mecanismos para que bancos falidos utilizassem os Fundos de Compensação de Variações Salariais (FCVS) para quitar dívidas com a União.
No início deste mês, Cunha se tornou o primeiro político a responder por uma ação penal no STF por causa das investigações da Operação Lava-Jato. Por unanimidade, os ministros acolheram a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que o deputado usou o cargo para pressionar pelo recebimento de US$ 5 milhões em propinas em contratos com a Petrobras. Cunha responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
*Estadão Conteúdo