Uma operação que envolveu mais de 300 agentes e 100 viaturas da Polícia Civil dos três Estados da Região Sul desarticulou, na manhã desta sexta-feira, um grupo criminoso responsável pelo roubo e furto de, pelo menos, 200 veículos em apenas oito meses. A quadrilha cometia os crimes na Região Metropolitana de Porto Alegre, clonava os veículos e revendia para contrabandistas de cigarro na Fronteira-Oeste, Santa Catarina e Paraná, além de anunciar em sites e redes sociais como se fossem carros com ações de revisão dos financiamentos.
A Operação Cadeira de Ferro é o resultado de oito meses de investigação e cumpre 107 ordens judiciais – 64 mandados de busca e apreensão em pelo menos 10 cidades e 43 ordens de prisão. Um balanço após a operação revelou que 17 pessoas foram presas e cinco veículos foram recuperados.
– Em Porto Alegre, os bandidos atuavam com maior frequência no bairro Petrópolis e em outros bairros da Zona Norte, como o Rubem Berta – afirma Peringer.
Ainda segundo o delegado, o grupo atuaria em oito cidades do Rio Grande do Sul: Porto Alegre, Alvorada, Viamão, Canoas, Sapucaia do Sul, Estância Velha, Novo Hamburgo e Santana do Livramento, além de São Lourenço do Oeste (SC) e Francisco Beltrão (PR).
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Entre os presos nesta sexta-feira, está o homem considerado pela polícia como o principal "clonador" de carros da Região Metropolitana. Altamir Luciano, conhecido como Alemão, foi detido em Alvorada. Com diversos antecedentes por clonagem, ele recebia entre R$ 200 e R$ 300 para cada carro que adulterava.
De acordo com o delegado Luciano Peringer, titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e responsável pela operação no Rio Grande do Sul, a investigação apurou que Altamir centralizava todas as clonagens dessa quadrilha desarticulada hoje. A partir do trabalho dele, os carros eram revendidos por preços bem abaixo do mercado na internet ou entregues a contrabandistas.
Peringer destaca que um carro que tinha apenas as placas clonadas era ofertado por R$ 2,5 mil. Já veículos com placas, chassi e vidros clonados eram ofertados entre R$ 5 mil e R$ 12 mil.
– Uma quadrilha furtou quatro carros de uma concessionária da Capital e ofertou e vendeu pela internet por apenas R$ 2,5 ,il um carro que valia R$ 80 mil – conta o delegado.
Os veículos eram levados, inclusive, com escolta para evitar possíveis abordagens em barreiras policiais. O carro que ia na frente avisava caso houvesse blitz.
O nome da operação se deve ao fato de um dos integrantes da quadrilha ser cadeirante, explica o chefe da Polícia Civil gaúcha, Emerson Wendt, que acompanha a ação policial.