O ano letivo começou com paralisação nesta segunda-feira na rede estadual de ensino em Santa Maria.
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A orientação repassada pelo 2º Núcleo do Sindicato dos Professores no Rio Grande do Sul (Cpers) às diretorias de 30 escolas é de que não haja aula.
Estão paralisados os professores das escolas Marieta Dambrósio (Rua Tuiuti), Cilon Rosa (Rua Appel), Manoel Ribas (Rua José do Patrocínio), Olavo Bilac (Rua Conde de Porto Alegre) e Maria Rocha (Rua Conde de Porto Alegre).
Um dos representantes do Cpers em Santa Maria, Fábio Ribeiro de Freitas, relata que um dos motivos da manifestação é a reivindicação do pagamento do piso nacional fixado em R$ 2.135,72. As diretorias apontam que a paralisação também chama a atenção para a falta de estrutura das escolas e de segurança nos arredores.
A diretora da Escola Estadual de Ensino Médio Maria Rocha, Cleonice Fialho, diz que os alunos foram recebidos nesta manhã e receberam explicações sobre os motivos que levaram à paralisação e como deve funcionar o ano letivo. Depois disso, eles foram liberados.
- Além dos problemas de falta de pessoal, há ainda a questão da segurança. Diversos alunos já foram alvo de assalto tanto no início da manhã quanto no início da noite. As alunas são assediadas. Falta policiamento. É necessária uma resposta do Estado - relata Cleonice.
A exemplo da Maria Rocha, a diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental Marieta Dambrósio, Tânia Paim, explica que a escola está aberta, com a presença dos servidores, mas não haverá aula.
- A mobilização é necessária para chamar a atenção, também, para a falta de profissionais e de estrutura das escolas - esclarece.
De acordo com Iara Druzian, a 8ª Coordenadoria Regional de Educação (8ª CRE) tomou conhecimento da paralisação por meio da mídia.
- Não fomos informados formalmente - garantiu a coordenadora.
Ela conta, no entanto, que a 8ª CRE respeita a manifestação dos professores. Iara pede que os pais/responsáveis dos alunos entrem em contato com as escolas para saber como será o regime de aulas.
De acordo com o Cpers, a manifestação desta segunda-feira acontece apenas em Porto Alegre. Não há previsão de protesto pelas ruas de Santa Maria.
Sem proposta de reajuste
Em entrevista à Gaúcha na última sexta-feira, o secretário estadual da Educação, Vieira da Cunha, disse que concorda com a necessidade de uma remuneração melhor aos professores, mas afirmou que, neste momento, o Governo Estadual não tem como apresentar nenhuma proposta de reajuste.
- Não se pode tirar leite de pedra. Esse é um Estado que não está conseguindo pagar em dia o seu funcionalismo. Por acaso alguém pode acreditar que um governador faz isso de propósito? Evidente que não há recursos - alegou.
Ainda na sexta, o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, confirmou novo parcelamento de salários dos servidores, incluindo o magistério estadual. Nesta segunda será depositado até R$ 1.750 por matrícula.
Mais professores
A Secretaria da Educação encaminhou pedido ao governador José Ivo Sartori (PMDB) para a contratação de 1,5 mil professores temporários e 500 nomeações de docentes para o ano de 2016. A secretaria estima a necessidade de pelo menos 900 contratos emergenciais no começo do ano letivo para áreas em que não há banco de aprovados no último concurso, principalmente para a disciplinas de exatas e de língua estrangeira.
Ainda não há previsão de quando os novos professores serão chamados, já que depende de autorização do governador José Ivo Sartori. A secretaria não descarta faltas pontuais de docentes em algumas escolas.