Será sepultada na manhã desta terça-feira, no Cemitério da localidade de Barro Vermelho, em Restinga Seca, a cabeleireira Vanessa Medianeira Souza Brito, 35 anos, assassinada com uma facada na madrugada de domingo, na rampa de acesso à passarela da Estação Rodoviária de Porto Alegre, que fica na Rua Conceição, durante um assalto.
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O corpo de Vanessa chegaria em Restinga Seca por volta das 21h desta segunda-feira para ser velado no Salão Comunitário da localidade de São Miguel dos Carvalhos, no interior do município. Desde a tarde de domingo, cerca de 80 pessoas, entre amigos e familiares, estavam reunidos no local para prestar as últimas homenagens à vítima. No entanto, em função de questões burocráticas, o corpo só foi liberado do Instituo Médico Legal (IML) de Porto Alegre às 17h30min.
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Além da angústia para que o velório pudesse ser realizado o quanto antes, o sentimento de revolta também prevalecia. Para a agricultora Leci Teresinha de Souza Rosa, 51 anos, tia da vítima, o desejo é que os criminosos não fiquem impunes. A possibilidade de os bandidos serem soltos preocupa a família:
- Estamos desesperados com toda essa violência. O que não pode é eles ficarem impunes. Amanhã, um advogado vai lá para tirá-los da cadeia. Mas e nós, pais, como ficamos? É uma tristeza que a gente não deseja para ninguém.
- A gente se pergunta como vai ser, porque a lei existe para proteger os bandidos, e nós, que somos pessoas de bem, que nunca fizemos nada, não temos com quem contar - lamentou o agricultor Anselmo Alves, 62, primo de Vanessa.
Mulher sonhadora
Conforme os familiares, Vanessa era uma pessoa muito sonhadora e alegre. Ana Paula Brito, 38 anos, prima da vítima, lembra com carinho das mensagens trocadas com Vanessa diariamente pelo Whatsapp.
- Nos criamos juntas, mas depois casamos, e foi cada uma para um lado. Depois que surgiram as mensagens, nos falávamos diariamente. Ela era uma pessoa muito alto astral, que sempre pensava positivo, que tudo daria certo. Com ela, não tinha tristeza, ela nunca pensava de maneira negativa. Ela era muito sonhadora. Na quinta-feira, eu não estava bem, e ela me mandou uma mensagem dizendo para contar sempre com ela, que ela estaria do meu lado. Daí, no sábado, acontece isso. Não sei como aguentar em saber que não vai haver mais mensagem dela de bom dia - contou, emocionada, Ana Paula.
A relação com a família era algo que a vítima mais prezava. Vanessa era mãe de Geisa, 15 anos. Segundo Leci, as duas sempre foram muito unidas, e a adolescente se mudaria para Santa Maria ontem para morar com a mãe. No último ano, Geisa morou com a avó materna em Restinga Seca, enquanto a mãe organizava a vida em Santa Maria.
- Elas sempre foram muito amigas, estavam sempre juntas. Todo final de semana, a Vanessa vinha para ficar com a filha. Ela tinha alugado uma casa em Santa Maria, e a Geisa estava com a mala arrumada para ir morar com a mãe. Ela tinha a Vanessa como um exemplo para ela. Daqui para frente, ela vai ficar com a avó. Nós, tias e primas, vamos dar todo o amor para ela. Não vai ser como a mãe dela, mas faremos o possível e o impossível para dar tudo de bom para ela - garantiu a tia Leci.