A defesa do empresário Fernando Bittar, um dos donos do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pediu ao juiz federal Sérgio Moro acesso ao inquérito da Polícia Federal que investiga a compra da propriedade, em 2010, e as obras realizadas no local supostamente feitas pela OAS e Odebrecht, com a atuação do pecuarista José Carlos Bumlai – amigo do petista.
Bittar é sócio de um dos filhos de Lula e filho do ex-prefeito de Campinas Jacó Bittar (PT), com quem o ex-presidente tem relações próximas desde a década de 1980. Ele é um dos investigados pela força-tarefa do Ministério Público Federal, em procedimento aberto especificamente para apurar as relações de Lula com o Sítio Santa Bárbara.
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"O Peticionário foi intimado para prestar esclarecimentos nos autos do PIC (Procedimento de Investigação Criminal) número 1.25.000.003350/2015-98, perante a denominada "Força Tarefa Lava-Jato", do MPF de Curitiba", informa o criminalista Alberto Zacharias Toron, defensor de Bittar. "Referido procedimento tem por escopo, no que diz com Fernando Bittar, a apuração da aquisição da "Chácara Santa Bárbara", localizada no Município de Atibaia/SP."
Bittar e Fernando Suassuna, o outro dono do sítio e também sócio de Fabio Luis Lula da Silva, o Lulinha, devem ser ouvidos pela força-tarefa da Lava-Jato na próxima semana.
O criminalista, defensor de Bittar, comenta no pedido que, desde que seu cliente foi intimado, "inúmeras" reportagens têm sido publicadas a respeito do assunto, entre elas notícias sobre o suposto envolvimento das empreiteiras investigadas por corrupção na Petrobras e sobre a abertura de um inquérito específico sobre o imóvel rural.
"Considerando o inegável interesse do Peticionário no objeto do IPL (inquérito policial) que veio a ser instaurado para apuração de aquisição de sítio de sua propriedade e da inconteste inter-relação entre o referido IPL e o PIC no 1.25.000.003350/2015-98, requer-se vista e cópia do procedimento investigatório policial instaurado", solicita Toron, em petição do dia 17.
O pedido foi apresentado a Moro dentro do inquérito que apura executivos da OAS. Foi nesse procedimento que se iniciaram as apurações sobre irregularidades na aquisição e nas benfeitorias do Sítio Santa Bárbara.