Autoridades que atuam na área criminal conversaram com 'AN' sobre a evolução da violência em Joinville após a divulgação de um vídeo que mostra jovens decapitando um adolescente morto. A polícia investiga se há relação entre o vídeo e a morte de Israel Melo Júnior. A cabeça do garoto de 16 anos foi encontrada dentro de uma mochila no bairro Jardim Paraíso.
Cúpula da Segurança faz promessas de redução da criminalidade
Para o promotor Ricardo Paladino, a violência chegou ao ponto da 'barbárie' por falta de atenção com a segurança pública, que já vinha dando sinais de problemas.
- Isso mostra que a gente chegou no fundo do poço.
"É indignante, uma afronta", diz secretário de Segurança sobre vídeo de decapitação gravado em Joinville
O promotor com outros membros do Ministério Público, se reuniu com o delegado regional Akira Sato no início da semana para discutir a situação da violência. Em entrevista ao jornal na semana passada, Akira relatou que pretende otimizar o trabalho da Polícia Civil para investir esforços na investigação. A meta é diminuir em 30% os casos de homicídio.
Paladino acredita que o trabalho desempenhado pelo delegado regional pode trazer resultados, mas avalia que é necessário reforço no efetivo.
Para autoridades, vídeo de jovem decapitado demonstra nível preocupante de criminalidade em Joinville
O juiz da Vara de Execução Penal, João Marcos Buch, espera que a polícia consiga solucionar os crimes pontualmente, mas acredita que o problema é social e vai além das questões de segurança.
- Espero que o delegado regional, que está bastante preocupado, consiga nos apontar alguns caminhos. Mas o problema é muito mais amplo. Temos que ter uma consciência coletiva de pertencimento, algo maior do que o nosso próprio eu. E os nossos jovens não estão tendo isso.
O promotor da Infância e Juventude, Sergio Joesting, e a juíza da 1ª Vara Criminal, Karen Reimer, cobram mais investimento por parte do Estado.
- Existe a sensação de impunidade, falta estrutura para investigação e para cumprimento das medidas socioeducativas - destaca Joesting.
- Enquanto nossas leis previrem a liberdade como regra para crimes graves e o Estado não construir presídios decentes em número adequado, há poucas chances de reverter este quadro - completa a juíza.