Após o temporal na noite da sexta-feira, o cenário do maior parque da cidade, o Parque Marinha do Brasil, é de devastação. É como se o vento tivesse decepado as árvores. Pouco sobrou do túnel verde, passagem arborizada para pedestres e atletas que caracterizava o parque. Muitas árvores tiveram o topo arrancado e outras foram arrancadas pela raiz.
O verde característico do parque, hoje, dá lugar a um cenário de desolação – presenciado na manhã deste sábado por moradores que, curiosos, passavam para registrar os estragos. Elza Vaskievicz, 52 anos, dona de casa, assustou-se ao ver a cena.
– O Marinha se foi. Nem parece mais a nossa cidade. Até há pouco tempo, estávamos brigando com a prefeitura porque cortavam árvores. E agora vamos brigar com quem? – perguntava-se.
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Guaracy Fagundes, 70 anos, aposentado, foi fazer um exame no Hospital Mãe de Deus, próximo ao Marinha, e foi informado que, por falta de luz, o exame teria de ser remarcado. Devido ao bloqueio no tráfego de veículos da Borges de Medeiros em função da queda de postes de luz e de árvores, Guaracy teve de encontrar um novo trajeto para voltar pra casa.
– Que estrago, imagina a velocidade do vento para quebrar e entortar postes de cimento – comentou.
Osório Sieben, comerciante que vende churrasquinho sobre o viaduto da Borges com a José de Alencar há 13 anos, encerrou o trabalho ontem à noite no primeiro sinal de mau tempo.
– Geralmente a chuva vem do sul, ontem deu pra ver a tempestade chegando do oeste. Em todo tempo que estou aqui, só vi isso acontecer três vezes. Todas causaram estragos, mas nada parecido com isso.
* Zero Hora